Ministro da Justiça pede abertura de inquérito a institutos de sondagens
O ministro da Justiça brasileiro anunciou hoje que pediu à Polícia federal a abertura de um inquérito relativamente "à atuação dos institutos de pesquisas eleitorais" que se podem caracterizar como prática criminosa.
"Acabo de encaminhar à Polícia Federal pedido de abertura de inquérito sobre a atuação dos institutos de pesquisas eleitorais", lê-se numa mensagem divulgada por Anderson Torres.
"Esse pedido atende a representação recebida no Ministério da Justiça e Segurança Pública que apontou 'condutas que, em tese, caracterizam a prática de crimes perpetrados' por alguns institutos", acrescentou.
Na segunda-feira, um dia depois da primeira volta das eleições gerais, o líder do Governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros, afirmou que iria propor um Projeto de Lei para criminalizar os institutos de sondagens e o filho de Bolsonaro, também deputado federal, anunciou que iria recolher assinaturas para a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito.
Na noite eleitoral, na sua única declaração aos jornalistas após o resultado, Jair Bolsonaro afirmou que venceu a "mentira" das sondagens que o colocavam apenas 36% nas intenções de voto e Lula da Silva com a possibilidade de uma vitória na primeira volta.
"Vencemos a mentira hoje", disse, em declaração aos jornalistas no Palácio da Alvorada.
As sondagens divulgadas na véspera das eleições presidenciais, como a do instituto Datafolha, deram apenas 36% das intenções de voto a Jair Bolsonaro e 50% dos votos a Lula da Silva, ou seja, uma possível vitória logo à primeira volta.
O Presidente brasileiro teve quase mais oito pontos percentuais (43,2%) e Lula da Silva 48,43%.
Analistas ouvidos pela Lusa consideram que a discrepância das sondagens com a votação nas eleições presidenciais brasileiras resultou da transferência de votos de Ciro Gomes e de indecisos para Jair Bolsonaro.
Os movimentos de última hora de votos de outros candidatos da Bolsonaro, o elevado número de indecisos que se desfez só na última hora e um perfil de um eleitorado que vota no Bolsonaro, e que não estava claro, foram as principais razões, sintetizaram.
A segunda volta das eleições realiza-se a 30 de outubro.