EUA anunciam novo pacote de 627,3 milhões de euros em ajuda militar a Kiev
O Presidente norte-americano, Joe Biden, informou hoje o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, da concessão de um novo pacote de ajuda militar de 625 milhões de dólares (627,3 milhões de euros).
De acordo com um comunicado da Casa Branca, Biden, que estava acompanhado pela sua vice-presidente, Kamala Harris, durante a chamada com Zelensky, reiterou o apoio dos Estados Unidos da América (EUA) à defesa da Ucrânia contra a invasão russa pelo "tempo que for necessário".
A assistência dos EUA inclui sistemas de foguetes de artilharia de alta mobilidade (HIMARS), que têm longo alcance, assim como armamento, munições e veículos blindados.
O Presidente norte-americano também afirmou que o seu país está disposto a impor "custos severos" a qualquer indivíduo, entidade ou país que apoie os esforços da Rússia para anexar o território ucraniano.
Por outro lado, Biden comemorou o "sucesso" do acordo que permitiu a exportação "segura" de cereais ucranianos para os mercados internacionais e afirmou que é necessário que isso continue.
Antes do início da invasão russa da Ucrânia em fevereiro deste ano, os EUA já prestavam assistência militar a Kiev e treino às suas forças armadas, mas essa ajuda foi redobrada após o conflito atual.
A Rússia concluiu na terça-feira os procedimentos parlamentares para a incorporação de quatro territórios parcialmente ocupados no leste e sul da Ucrânia, ação que levou Kiev a fechar as portas a qualquer diálogo de paz com o Presidente russo, Vladimir Putin, considerando a anexação nula.
Os tratados de incorporação das regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia receberam hoje a aprovação do Senado russo, onde obtiveram o apoio de todos os membros da Câmara Alta do Parlamento.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.114 civis mortos e 9.132 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.