Santos e Pecadores
É preciso refletir onde é que a sociedade está a errar. É preciso dar valor ao que temos
Hoje é o dia dedicado a todos os Santos e Santas. É um dia feriado religioso que apela ao nosso interior a fazer uma reflexão sobre a vida e o que nos rodeia, de maneira serena e sentida. Recordamos os nossos que já partiram e também chamamos até nós os que nos apoiam, em todas as horas da nossa vida. Aquelas Pessoas que estão sempre presentes para nos darem carinho e apoio moral quando mais precisamos.
O estar sempre presente, muitas vezes, não quer dizer sempre com a sua presença física. Aquelas pessoas que nunca nos faltam são as que atendem os nossos telefonemas, a qualquer altura, e nos acodem nas horas mais terríveis da nossa existência. Recentemente, passei por um processo complicado e se não fossem essas pessoas já aqui não estava.
Mas existem os outros que telefonam para saber como estamos. Que nos enviam mensagens de carinho. Que se preocupam se estamos bem. Que sofrem connosco e nos dão animo, apenas porque gostam de nós, mesmo que seja à distância. Esses também se tornam nossos amigos imprescindíveis, que tanto amo e prezo. Para mim, quem assim procede, são os nossos santos de hoje em dia. Os seres humanos precisam de se sentir amados e apoiados. O amor tem muitas facetas, mas o amor ao próximo continua a ser o mais bonito neste dia que estamos a comemorar.
Faz muita falta falar desta necessidade de amor contra o ódio, que circula um pouco por todo o lado. Raramente se lê uma boa noticia sobre bons exemplos de vida e de ações. O que faz mais show off, e o que dá mais audiências, é dizer mal. É falar sem sequer saber do que se fala, muitas vezes sem qualquer efeito prático, porque só se mata e esfola em comentários sem nenhuma consequência prática.
Há muitos Pecadores por aí a olho nu, e a sociedade raramente se pronuncia sobre os mesmos. Há cada vez mais jovens drogados a se matarem aos poucos, e às suas famílias. Mas ninguém investiga quem está por detrás da sua desgraça, porque isso iria mexer com interesses instalados há muitos anos nesta Região. A droga não é um problema novo, apenas de agora. Depois de dois anos de pandemia, saltou à luz do dia, com a sua crueza do costume. As autoridades têm que se unir e agir na origem dessa desgraça. Trabalhar em conjunto para descobrir, em primeiro lugar, quem está por detrás dos pequenos traficantes espalhados por toda a Região. Puni-los eficazmente e tratar os toxicodependentes.
Outra questão é a da pobreza que aumenta de dia para dia. Como já me pronunciei anteriormente, no verão, quando as festas estavam no auge, nunca se falou de pobreza. Eram festas com milhares de pessoas todos os dias em todo o lado. Era comer e beber à fartazana como se não houvesse amanhã, e é bom que se diga, que a inflação já estava a subir bastante. As Instituições eram as maiores promotoras desse estilo de vida e agora vêem-se a braços com os milhares de pobres que estão a aumentar, ou não estivéssemos em quase vésperas de Natal.
É preciso refletir onde é que a sociedade está a errar. É preciso dar valor ao que temos. É preciso punir quem anda a prevaricar, porque é possível viver melhor, e mais feliz, nesta sociedade de Santos e Pecadores.