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Bruxelas espera diálogo com Lula sobre "caminho" do acordo UE-Mercosul

Foto EPA/JULIEN WARNAND
Foto EPA/JULIEN WARNAND

A Comissão Europeia disse hoje esperar diálogo com o novo Presidente do Brasil, Lula da Silva, sobre "o caminho a seguir" no acordo comercial entre a União Europeia (UE) e os países do Mercado Comum do Sul (Mercosul).

"Gostaria de felicitar o senhor Lula da Silva pela vitória eleitoral e dizer que estamos prontos a dialogar com o novo governo, assim que este entrar em funções, e a discutir o caminho a seguir no acordo UE-Mercosul", afirmou o vice-presidente executivo da Comissão Europeia com a pasta do Comércio, Valdis Dombrovskis.

À chegada à reunião informal dos ministros do Comércio da UE, na cidade checa de Praga no âmbito da presidência da República Checa do Conselho, o responsável vincou: "Ainda estamos empenhados neste acordo".

Lula da Silva já veio garantir que, caso fosse eleito, pretendia apostar na integração regional, no Mercosul e em outras iniciativas latino-americanas, bem como no diálogo com os países da África, União Europeia e Estados Unidos.

O acordo comercial da UE com os países do Mercosul - Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai - foi acordado pelas partes há três anos, altura em que foram concluídas as negociações, mas a sua ratificação está paralisada por causa das reservas ambientais colocadas por diversos Estados-membros, liderados pela França.

De momento, a UE está a trabalhar numa declaração que especifica os compromissos ambientais, especialmente no caso do Brasil, que tem a ver com o combate à desflorestação da Amazónia, e à garantia do cumprimento do Acordo do Clima de Paris.

Este acordo comercial UE-Mercosul envolve 25% da economia global e 780 milhões de pessoas, quase 10% da população do mundo.

Luiz Inácio Lula da Silva, 77 anos, foi eleito no domingo Presidente do Brasil, com 50,90% dos votos, derrotando Jair Bolsonaro (extrema-direita), que obteve 49,10%, quando estavam contadas 99,93% das secções eleitorais.

Lula da Silva, que já cumpriu dois mandatos entre 2003 e 2011, regressa ao Palácio do Planalto.