Venezuela quer ajudar União Europeia mas pede fim do bloqueio económico
O Governo da Venezuela voltou a insistir estar na disposição de ajudar a superar a crise energética na União Europeia (UE), mas os bancos europeus devem pôr fim ao bloqueio económico e financeiro contra o país.
A Venezuela está disposta a ajudar a UE "a ultrapassar a crise energética que se avizinha, com base no comércio justo, condições e benefícios iguais", indicou, num comunicado, divulgado no domingo.
A posição de Caracas foi apresentada pelo ministro das Relações Externas venezuelano, Carlos Faria, por ocasião da terceira reunião de chefes da diplomacia da Comunidade de Estados Latino-americanos, Caribenhos e da UE, que decorreu na semana passada, na Argentina.
O ministro exigiu que os ativos da Venezuela "nos bancos europeus sejam descongelados e seja posto fim ao bloqueio económico e financeiro contra" o país, de acordo com a nota.
Para o ministro, "a confiscação ilegal dos recursos" da Venezuela "e o bloqueio imposto à comercialização de um país que depende dos seus recursos petrolíferos não só atenta contra a saúde, a sobrevivência e o desenvolvimento" do povo venezuelano, "como também estabelece um precedente perigoso para a coexistência pacífica das nações".
O governante pediu aos países europeus que "condenem este bloqueio petrolífero e unam forças para retomar o comércio saudável que sempre existiu entre a indústria petrolífera venezuelana e as empresas europeias de petróleo".
"É imperativo que a União Europeia desmonte as sanções ilegais contra o nosso país", sublinhou o ministro, citado no comunicado.
Carlos Faria acrescentou que "os países da América Latina e das Caraíbas estão na disposição de estabelecer uma nova relação com a Europa, baseada no respeito e na igualdade, e sem condicionamentos políticos de qualquer tipo".
"A Venezuela tem a intenção de ajudar a União Europeia a ultrapassar a crise energética que se aproxima, disponibilizando gás e hidrocarbonetos, como o Presidente, Nicolas Maduro, tem afirmado repetidamente, mas com base no comércio justo, com condições e benefícios iguais", afirmou.
No mesmo comunicado, o responsável afirmou que "no século XXI é possível construir uma comunidade de desenvolvimento global onde não há domínio de todos por um, mas sim cooperação entre todos e para todos".
Caracas propôs "reverter a tendência ocidental de imposição de um mundo unipolar e neocolonialista sob condições de dominação e superioridade económica, tecnológica e militar".