Tribunal Eleitoral brasileiro minimiza impacto de fiscalização policial em autocarros
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil, Alexandre de Moraes, afirmou hoje que as operações da polícia em rodovias do país não impediram os eleitores de exercerem o seu direito ao voto e garantiu que foram suspensas. "Em alguns casos, isso [operações da Polícia Rodoviária Federal brasileira] atrasou a chegada dos eleitores, mas em nenhum caso os impediu de votar", declarou Moraes numa conferência de imprensa, referindo-se a uma denúncia da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre operações em estradas.
De acordo com a campanha de Lula da Silva, as operações da polícia rodoviária ocorreram principalmente no nordeste do país, o maior reduto político do candidato progressista, o que foi documentado por inúmeros vídeos que circularam nas redes sociais. Moraes garantiu mais de uma vez que as operações não trouxeram prejuízo aos eleitores e que o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi convocado pelo presidente do TSE para explicar o motivo dessas operações nas estradas e que os casos ainda vão ser apurados.
Segundo o presidente do TSE, o diretor-geral da PRF alegou que os autocarros foram parados nas estradas por alegadamente apresentarem problemas que ferem o código de trânsito. "[O motivo das operações] vai ser mais detalhadamente apurado. [...] Foram inúmeras operações realizadas", que segundo o diretor-geral da PRF ocorreram "com base no código de trânsito brasileiro." "Segundo o diretor-geral da PRF, foi questão de interpretação, as vistorias foram feitas em autocarros sem condições de transitar, mas em nenhum momento retornaram ao local de origem. Eles prosseguiram e os eleitores votaram", afirmou Moraes. Moraes também disse que o horário de votação não seria ampliado e destacou que as filas nos locais de votação registadas em diferentes pontos do país na primeira volta do sufrágio foram muito menores na segunda volta.
No balanço realizado na parte da tarde, o TSE indicou que 2.630 urnas foram substituídas. Moraes relatou ainda que, nas últimas 36 horas, a justiça eleitoral determinou que as plataformas rapidamente, em uma hora, retirassem conteúdo ilegal. "Foram retirados nas últimas 36 horas 354 impulsionamentos [de propaganda ilegal nas redes sociais], sete 'sites' foram desmonetizados, 701 URL [endereços na internet] foram removidos a partir de 12 decisões judiciais", afirmou o presidente do TSE. Além disso, 15 perfis que Moraes classificou como pertencentes a "grandes propagadores de 'fake news'" foram suspensos e cinco grupos da rede social Telegram foram banidos. Estes cinco grupos de Telegram teriam mais de 580 mil participantes no total. "Nestas 36 horas continuamos verificando, vistoriando as redes exatamente para evitar o que ocorreu ou, pelo menos, para diminuir o que ocorreu nas vésperas da primeira volta que foi uma inundação de notícias fraudulentas e 'fake news'", concluiu Moraes.