Manifestantes atacados durante protesto junto à embaixada iraniana na Alemanha
Quatro pessoas que protestavam junto à embaixada do Irão em Berlim, na Alemanha, foram agredidas na noite de sábado por três desconhecidos, estando o caso a ser investigado pelas autoridades alemãs, foi hoje divulgado.
A informação foi avançada pela polícia de Berlim, através da sua conta de Twitter, segundo noticia a agência espanhola EFE.
"Três homens ficaram feridos e outro disse ter sido ameaçado com uma arma de fogo", referiu a mesma fonte, adiantando que as quatro vítimas têm entre 34 e 63 anos.
De acordo com a polícia de Berlim, as quatro vítimas deste ataque pernoitavam numa autocaravana estacionada, como forma de protesto, em frente à embaixada do Irão.
Pelo que é possível ver em fotografias publicadas nas redes sociais, os quatro homens tinham um cartaz com mensagens como "abaixo a República Islâmica", assim como bandeiras monárquicas e uma fotografia da jovem Masha Amini.
De acordo com relatos de um vigilante de segurança, três desconhecidos começaram a arrancar os cartazes, que estavam colados no veículo, e tentaram entrar no interior, seguindo-se cenas de pancadaria com os ocupantes.
Um dos manifestantes foi esfaqueado, dois deles sofreram ferimentos ligeiros e um quarto disse ter sido ameaçado com uma arma de fogo.
Há mais de um mês que decorrem no Irão protestos de grandes dimensões, desencadeados pela morte da jovem curda iraniana Mahsa Amini, de 22 anos, após ter sido violentamente agredida e detida pela "polícia da moral" em Teerão, por incumprimento do rígido código de vestuário imposto às mulheres pela República Islâmica, porque era visível parte do seu cabelo, apesar de envergar o obrigatório 'hijab' (véu islâmico), segundo organizações não-governamentais.
Transportada em coma do local onde se encontrava sob custódia policial para um hospital, viria a morrer três dias depois, em 16 de setembro.
A repressão dos protestos, os maiores no país desde 2019, contra o aumento do preço da gasolina, fez até agora pelo menos 122 mortos, entre os quais crianças, e várias centenas de detidos, de acordo com a Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo, na Noruega.