Organizações pedem aceleração da eliminação das caldeiras e esquentadores a gás
Mais de 20 organizações ambientalistas, fornecedores de energia, fabricantes de bombas de calor e produtores de energia solar, apelaram à Comissão Europeia que acelere a eliminação progressiva das caldeiras e esquentadores a gás, substituindo-os por tecnologias limpas.
Segundo um comunicado da associação Zero, na quinta-feira, as organizações enviaram uma carta à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e ao vice-presidente executivo Frans Timmermans, exigindo a "eliminação progressiva" das caldeiras e esquentadores a gás ou outros combustíveis fósseis e a sua "substituição generalizada" por tecnologias bombas de calor, equipamentos a energia solar e, nos locais onde existe, aquecimento urbano central com base em renováveis.
"Em maio passado, a Comissão Europeia anunciou que iria fazê-lo até 2029, como medida do plano REPowerEU, para reduzir a dependência do bloco do gás russo, mas os signatários da carta defendem que deve ser fixada para isso uma data anterior", explica a Zero no comunicado.
A associação lembra ainda um estudo do Gabinete Europeu do Ambiente, que conclui que uma supressão gradual atempada das caldeiras e esquentadores a gás "pouparia 8% das importações de gás na União Europeia (UE) e evitaria um aumento a longo prazo" da fatura energética.
O presidente da Zero, Francisco Ferreira, a propósito da cimeira da ONU sobre o clima (COP26), que decorre entre 31 de outubro e 12 de novembro, em Glasgow, declarou como "crucial" antecipar a retirada dos combustíveis fósseis, porque muitos dos equipamentos têm um longo tempo de vida, e intervir proibindo nomeadamente a venda de caldeiras a gás, eventualmente já em 2025.