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Mais de 156 milhões de brasileiros vão hoje às urnas numa votação que ninguém admite perder

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Mais de 156 milhões de brasileiros vão hoje às urnas para a segunda volta das presidenciais brasileiras que põe frente a frente Lula da Silva e Jair Bolsonaro, numa votação que ninguém admite perder.

Lula da Silva é o favorito segundo os principais institutos de sondagens, com cerca de sete pontos percentuais à frente do atual Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.

Na primeira volta das eleições realizadas a 02 de outubro, Lula também era o favorito e venceu mesmo com 48,4%. Contudo, as sondagens não descortinaram a força de Jair Bolsonaro que acabou com 43,2%.

Em causa nestas eleições estão duas personalidades antagónicas que dividiram o país em dois numa polarização nunca antes vista na sociedade brasileira.

A incógnita permanece ainda a possibilidade de Jair Bolsonaro aceitar, ou não, os resultados das eleições de domingo.

Para além de semear há meses dúvidas sobre a legitimidade das urnas eletrónicas e sobre as ações do Tribunal Superior Eleitoral e do Supremo Tribunal, que Bolsonaro acusa de favorecer o seu adversário, o Presidente brasileiro e a sua campanha criticaram durante a semana a decisão das autoridades eleitorais de negarem uma investigação a alegados crimes eleitorais que fazem com que a sua candidatura presidencial esteja a perder votos em certas localidades.

Bolsonaro e a sua campanha alegam que dezenas de rádios deixaram de transmitir a sua propaganda gratuita, à qual todos os candidatos têm direito, uma conclusão assegurada através da contratação de duas auditorias que investigaram o caso. "Está comprovada a diferenciação ao outro candidato", disse, insinuando que o candidato presidencial Lula da Silva poderá estar envolvido.

A campanha de Lula não ficou indiferente a estas acusações e denunciou que Jair Bolsonaro está a seguir uma "tática" para questionar o resultado das urnas, no caso de uma derrota.

 O coordenador do programa governamental da candidatura de Lula disse que Bolsonaro seguiu "duas táticas" em paralelo ao longo desta campanha "longa e dura".

"Uma é contestar as eleições e tentar ganhar dentro das regras, e a segunda é questionar o resultado inspirado pela sua grande referência", disse referindo-se ao ex-presidente dos EUA Donald Trump.

Para além das eleições presidenciais há também segunda volta para escolher governadores dos estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo, o maior colégio eleitoral do país com 34 milhões de eleitores e que põe frente a frente o candidato apoiado por Lula, Fernando Haddad, e o apoiado por Bolsonaro, Tarcísio de Freitas.

A votação para as presidenciais terá lugar em 5.570 cidades do país e em 181 locais no exterior, com o apoio de quase 1,8 milhões de delegados e membros de mesa.

Ao contrário das eleições anteriores, haverá uma espécie de unificação do fuso horário no período eleitoral: todas as mesas de voto funcionarão das 08:00 de Brasília (12:00 em Lisboa) às 17:00 (22:00 em Lisboa).

Tal como nos outros atos eleitorais, o voto é obrigatório para maiores de 18 anos, sendo opcional para analfabetos, para os 16 e 17 anos e maiores de 70 anos.

De acordo com o TSE, "a manifestação individual e silenciosa por meio de bandeiras, adesivos, camisetas e outros adornos é permitida", por isso, "é possível votar com a camiseta de candidata ou candidato".

Contudo, é proibido angariar votos, distribuir material impresso, assim como aglomeração de pessoas com roupas alusivas a um candidato.

É proibido ainda o transporte de armas e munições por colecionadores, atiradores desportivos e caçadores durante as eleições.

O total de eleitores brasileiros no exterior cresceu 39% face às eleições de 2018, atingindo os 697.084.

Em Portugal, estão inscritos mais de 80 mil eleitores, que votarão em Lisboa, Porto e Faro.