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Emigrantes portugueses são embaixadores de Portugal na Suíça

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A comunidade portuguesa na Suíça assiste ao regresso de alguns aposentados a Portugal, enquanto uma nova diáspora, mais qualificada, escolhe este destino para trabalhar, disse hoje o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, no final da visita ao país.

Paulo Cafôfo falava à agência Lusa no final de uma visita de quatro dias a seis cantões suíços, onde contactou com a comunidade portuguesa, visitou serviços consulares, do ensino de português e empresas.

"O que tenho encontrado aqui é um orgulho nos portugueses e nas portuguesas que aqui residem e que, ao longo deste programa, têm demonstrado que Portugal aqui está muito bem representado", disse o governante.

E acrescentou: "Temos uma representação diplomática e uma outra que são estes portugueses e portuguesas que demonstram que somos um povo que consegue muito bem adaptar-se e ajustar-se a sociedades diferentes da nossa e obter sucesso".

Na Suíça, Paulo Cafôfo manteve vários encontros com as autoridades locais e federais que "reconhecem a capacidade empreendedora, de contributo de uma integração em que a tolerância e a integração cultural são uma realidade e que muito tem contribuído para este rico país".

O secretário de Estado identificou três tipos de comunidade portuguesa na Suíça: A mais antiga, que está agora a regressar a Portugal, está a aposentar-se e quer voltar às origens e às suas raízes, os que já nasceram na Suíça, mas continuam a ter uma forte ligação ao seu país, dos seus pais e avós, e os graduados portugueses, que são uma emigração mais temporária, de pessoas que estão em lugares da ciência, da academia, da consultadoria de determinadas empresas e acabam por ser um novo tipo de diáspora e que também muito orgulha e importa dar valor e visibilidade.

Esta última, avançou, "não sendo a diáspora tradicional, tem uma grande relevância e influência que Portugal deverá aproveitar".

Em 2020, a Suíça foi o principal destino da emigração portuguesa, seguida da França e do Reino Unido.

De acordo com o mais recente Relatório da Emigração, nesse ano optaram por viver na Suíça 7.542 portugueses, sendo este o segundo país do mundo com mais emigrantes portugueses: 210.731 em 2020, apenas ultrapassado pela França.

Conforme o DIÁRIO já havia noticiado, nesta viagem, que começou terça-feira e termina hoje, Paulo Cafôfo manteve contactos com os professores e o ensino do português, o qual conta com 73 professores, mais de 7.000 alunos e um investimento de 6,5 milhões de euros.

"A língua portuguesa é também uma oportunidade de emprego, de sucesso e tem um valor económico que as pessoas hoje em dia estão a reconhecer", disse.

Cafôfo visitou empresas de portugueses na Suíça e contactou com o movimento associativo, composto por "pessoas que, de uma forma voluntariosa, acabam por afirmar" a cultura portuguesa.

"Temos uma comunidade sem problemas do ponto de vista social graves. O que temos de fazer é defender os seus interesses junto das autoridades suíças e continuar a valorizar, seja os portugueses que vieram há mais anos ou os que mais recentemente, numa emigração mais qualificada, estão a dar cartas aqui na Suíça", advogou.

Da visita do secretário de Estado constaram passagens pelos cantões de Zurique, Berna, Neuchâtel, Valais, Vaud e Genebra, onde se encontram dois terços da comunidade portuguesa no país, com mais de 172 mil portugueses.

A visita enquadra-se no conjunto de iniciativas junto da diáspora, denominado "Portugal no Mundo: Caminhos para a Valorização das Comunidades Portuguesas".