Finlândia e Suécia insistem em aderir à NATO "de mãos dadas"
A primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin, e o seu homólogo sueco, Ulf Kristersson, reafirmaram hoje o compromisso de entrar "de mãos dadas" na NATO, desacartando a possibilidade de seguir caminhos separados no processo de adesão à Aliança.
"Quero salientar que a Finlândia e a Suécia estão a preparar-se para entrarem juntas na NATO. Penso que isto é muito importante para todo o ambiente de segurança no norte da Europa", declarou Marin numa conferência de imprensa conjunta em Helsínquia.
A chefe do governo finlandês defendeu que a adesão de ambos os países nórdicos reforçaria toda a Aliança Atlântica e a sua entrada deverá ocorrer simultaneamente, como tem acontecido até agora com todo o processo de adesão.
A Finlândia e a Suécia formalizaram simultaneamente o seu pedido de adesão à NATO em maio passado, pedido que já foi ratificado por 28 dos 30 países membros da Aliança, faltando a Turquia e a Hungria.
O Governo turco tem manifestado, em diversas ocasiões, que com a Finlândia existem poucos obstáculos a ultrapassar, mas não com a Suécia, uma vez que - na sua opinião - Estocolmo ainda não tomou medidas firmes na luta contra aquilo a que chama "terrorismo curdo".
"Respeitamos o facto de que cada país tem de tomar as suas próprias decisões sobre esta matéria, mas é claro que a Suécia e a Finlândia querem a ratificação o mais rapidamente possível", disse Kristersson.
A respeito das objeções de Ancara, o primeiro-ministro sueco comprometeu-se a cumprir o acordo tripartido assinado entre a Suécia, a Finlândia e a Turquia durante a cimeira da NATO realizada em junho, em Madrid, que permitiu ultrapassar o veto turco à entrada dos dois países nórdicos.
Ao abrigo desse acordo, Helsínquia e Estocolmo comprometem-se a permitir a exportação de armas para a Turquia, facilitar a extradição de suspeitos de terrorismo curdos e perseguir organizações terroristas, incluindo o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
"Estamos realmente empenhados em cumprir as nossas obrigações estipuladas nesse acordo, vamos fazê-lo com firmeza e o mais rapidamente possível. A Turquia está muito interessada em que os suecos cumpram esse pacto e isso é perfeitamente legítimo", disse Kristersson.
O primeiro-ministro sueco deverá deslocar-se a Ancara no dia 8 de novembro para discutir pessoalmente o pedido sueco de adesão à NATO com o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
O primeiro-ministro sueco admitiu que convencer a Turquia a ratificar a entrada da Suécia na NATO "não é uma tarefa fácil" e observou que o seu governo mantém uma estreita cooperação com o governo anterior, liderado pela social-democrata Magdalena Andersson, para o conseguir.
Kristersson, que tomou posse como primeiro-ministro na semana passada, deslocou-se hoje à Finlândia na sua primeira visita oficial ao estrangeiro, como é tradição entre os chefes de governo suecos.