Fornecimentos de gás de Trinidad e Tobago "não estão a 100%"
A EDP admitiu hoje que os fornecimentos de gás provenientes de Trinidad e Tobago "não estão a 100%" e que tem recorrido ao mercado diário ('spot'), sujeito a flutuações de preço, para cumprir com obrigações.
"O calendário e os volumes de gás fornecido por Trinidad e Tobago não estão a 100%", admitiu o administrador financeiro da EDP, Rui Teixeira, na conferência telefónica com analistas, sobre os resultados da elétrica nos primeiros nove meses do ano, divulgados na quinta-feira.
O responsável acrescentou que esta situação "obriga a EDP a ir ao mercado 'spot' para cumprir com as obrigações de produção de energia", mas defendeu que se trata de uma situação que "não vai necessariamente continuar".
Na semana passada, a Nigeria LNG Limited alertou a Galp para "uma redução substancial na produção e fornecimento de gás natural liquefeito" devido às chuvas e inundações registadas na África Ocidental e Central, que pode meter em risco o abastecimento em Portugal, segundo nota enviada pela empresa portuguesa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Na segunda-feira, a Galp admitiu o cancelamento de mais uma entrega de gás natural liquefeito (GNL) da Nigéria, previsto para finais de outubro, mas garante ter já assegurado a aquisição desse volume no mercado e não ter previsto mais cancelamentos.
A EDP reportou, na quinta-feira, um lucro de 518 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, uma subida de 1% face ao mesmo período de 2021, suportado pelo desempenho das renováveis na Europa e das redes no Brasil.
Já em Portugal, os prejuízos aumentaram, tendo atingido 181 milhões de euros, entre janeiro e setembro, devido à seca extrema que assola a Península Ibérica e afeta a produção hídrica, que ficou 63% abaixo da média, e ao aumento dos preços da energia nos mercados grossistas.