Para que serviu tanto milhão?
Enquanto pela ilha alguns discutem as ligas dos últimos, o País da bola rejubila com os talentos que vão render fortunas
Boa noite!
Enquanto pela ilha alguns discutem as ligas dos últimos e reavivam o fantasma que outrora valeu vaias, o País da bola rejubila com os desempenhos de Benfica, Porto e Sporting na milionária ‘Champions’, com os dois primeiros já apurados para a fase seguinte, mas todos com jovens talentos que dão nas vistas e vão render fortunas.
Desse manifesto retorno não pode gabar-se a política desportiva regional, já que os avultados apoios financeiros ao futebol profissional serviram para quase tudo, menos para dar dimensão aos méritos de muitos que infelizmente se perderam nas margens da competição.
Serviram para alimentar a máquina directiva que gravita em tornos de duas equipas que se dizem profissionais, mas que revelam amadorismos primários.
Serviram para satisfazer ambições de meia dúzia de oportunistas que lucraram com os entrepostos de jogadores, muitos dos quais de qualidade duvidosa.
Serviram para mascarar a realidade pois muitos milhões de escudos e de euros depois, mesmo com algum património pago pelos contribuintes, os ditos rivais não têm a robustez e as receitas capazes de sustentar a actividade e as aspirações.
E com jeito, se a bola não entrar, até podem servir para que o governo que já espatifou tanto no planeta futebol tenha a oportunidade de ouro de arrumar definitivamente a questão do apoio ao futebol profissional.
Argumentos não lhe faltam, também por culpa própria. Contam-se pelos dedos os madeirenses que chegaram aos ‘grandes’ do futebol nacional, que singraram no desporto-rei além-fonteiras e que foram internacionais. Até o melhor do mundo – que depois do recente correctivo pedagógico hoje regressou à equipa e aos golos! - da ilha teve que fugir cedo, caso contrário, porventura, não passaria de mais uma vedeta promissora sem palco, nem património, cujo brilho fora ofuscado por um dirigente interesseiro, por um treinador sem visão ou por um empresário sem contactos.