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Venezuela, Nicarágua e Cuba contestam na Cepal bloqueios e sanções "ilegais"

Chanceler Carlos Faría Tortosa, do Ministerio del Poder Popular para Relaciones Exteriores de la República Bolivariana de Venezuela.  Foto DR/Twitter/CEPAL
Chanceler Carlos Faría Tortosa, do Ministerio del Poder Popular para Relaciones Exteriores de la República Bolivariana de Venezuela.  Foto DR/Twitter/CEPAL

Venezuela, Nicarágua e Cuba, países contestados pela comunidade internacional por alegadas violações de direitos humanos, denunciaram esta quarta-feira, na Comissão Económica para a América Latina e Caraíbas (Cepal), os bloqueios, sanções e medidas "ilegais" de que são alvo.

"A Nicarágua tem resistido historicamente às agressões imperiais que se manifestam nas chamadas sanções ilegais, arbitrárias, unilaterais e que, como acontece com outros países irmãos, têm o objetivo de nos sufocar economicamente", salientou o ministro dos Negócios Estrangeiros nicaraguense, Denis Moncada.

No "Diálogo de Chanceleres e Altas Autoridades", que decorreu em Buenos Aires no âmbito da 39.ª sessão da Cepal, o chefe da diplomacia venezuelana, Carlos Faría, denunciou que, durante a pandemia de covid-19, as "medidas coercivas desastrosas" contra o seu país impediram a compra de suprimentos médicos necessários.

"E, depois, após grandes esforços e graças aos países amigos, rompemos esse bloqueio", acrescentou Carlos Faría durante a reunião, que contou com a presença de ministros da região e autoridades como o secretário-executivo da Cepal, José Manuel Salazar-Xirinachs, e o Alto Representante dos Negócios Estrangeiros e da Política de Segurança da União Europeia, Josep Borrell.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela observou que, apesar das "sanções coercivas, unilaterais e ilegais", a Venezuela "vai mostrar um crescimento significativo da economia, que está sustentando cerca de 10% segundo algumas avaliações", embora "segundo outras até possa ser um pouco superior".

Por seu lado, o ministro de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro de Cuba, Rodrigo Malmierca, também denunciou as "medidas coercivas unilaterais de alguns estados que violam a soberania de outros países".

"Concretamente, exigimos o fim do bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelo Governo dos Estados Unidos ao nosso país há mais de 60 anos, em flagrante violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas", sublinhou Malmierca.

Do lado norte-americano, Kate Skarsten, representante do Departamento de Estado, participou remotamente na sessão da Cepal.

Para o ministro cubano, a "posição de ingerência" daquele Governo contra Cuba "só se intensificou com o tempo" e também criticou a "inclusão arbitrária" na lista de países que patrocinam o terrorismo.

"Em particular, denunciamos a escalada sem precedentes desta política no contexto da pandemia de covid-19, dificultando os esforços para preservar a vida dos cidadãos e o seu bem-estar", acrescentou.

No entanto, apesar dos "obstáculos e desafios", afirmou que Cuba "continua a apostar no seu desenvolvimento e na construção de uma sociedade socialista, próspera e sustentável".