PM sueco revela conversa "construtiva" com Erdogan sobre adesão
O novo primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, revelou hoje que manteve uma conversa telefónica "construtiva" com o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, num momento em que a Suécia procura convencer Ancara a validar a sua entrada na NATO.
A reunião entre os governantes foi "construtiva", segundo referiu Kristersson através da rede social Twitter, acrescentando que pretende visitar Ancara "em breve", sem indicar, no entanto, quando esta viagem pode ocorrer.
Ulf Kristersson assegurou ainda que o o seu Governo de centro-direita irá cumprir todos os requisitos do acordo com a Turquia para ingressar na NATO.
Por seu lado, o chefe de Estado turco assegurou que "ficaria feliz em receber Ulf Kristersson em Ancara", garantindo também que está "preparado para avançar nas relações bilaterais com o governo sueco em todas as áreas", segundo um comunicado de imprensa da presidência turca.
Com a adesão à Aliança Atlântica a ser uma prioridade para o novo Governo sueco, Kristersson já tinha anunciado na semana passada que estava pronto para ir para Ancara.
Erdogan manifestou total abertura para recebê-lo, ao mesmo tempo que advertiu que o Parlamento turco não ratificará a adesão dos dois estados nórdicos, Suécia e Finlândia, enquanto os pedidos de extradição feitos por Ancara não forem correspondidos.
"O Presidente Erdogan enfatizou que é do interesse comum impedir que organizações terroristas interrompam a adesão da Suécia à NATO, bem como as relações bilaterais com a Turquia", acrescentou o comunicado de Ancara.
Recep Tayyip Erdogan acusa a Suécia e a Finlândia de proteger em particular os combatentes curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e das Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG), considerados terroristas por Ancara.
Ao abrigo de um memorando de entendimento assinado numa cimeira da NATO em junho, a Suécia e a Finlândia comprometeram-se a não apoiar os curdos na Síria e a suspender os embargos de armas à Turquia impostos após a sua invasão no norte do território sírio em 2019.
O PKK lidera uma insurgência armada contra o Estado turco desde 1984 e o conflito já resultou na morte de dezenas de milhares de pessoas.
Após a ofensiva lançada pela Rússia contra a Ucrânia em 24 de fevereiro, Suécia e Finlândia abandonaram sua tradicional política de não alinhamento militar e pediram para se juntar à aliança.
Até à data, 28 Estados-membros, dos trinta, da Aliança Atlântica, onde se inclui Portugal, ratificaram a adesão da Suécia e da Finlândia.
Apenas a Hungria e a Turquia ainda não deram o seu acordo final.