Jerónimo Martins garante que vai manter "esforço de contenção nos preços"
A Jerónimo Martins, que detém o Pingo Doce, garantiu hoje que irá manter "o esforço de contenção de preços", apesar do aumento de pressão que poderá registar sobre as margens do negócio, segundo um comunicado ao mercado.
Na nota publicada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) em que deu conta dos resultados dos primeiros nove meses deste ano, o grupo disse que "o esforço de contenção dos preços de venda continuará a ser mantido, num contexto em que a inflação ao nível dos custos continuará a aumentar a pressão sobre as margens percentuais das nossas insígnias".
"Desde o início do conflito militar [na Ucrânia] registou-se uma escalada das pressões inflacionistas nos produtos alimentares, na energia e nos transportes, que se acentuou no terceiro trimestre do ano" realçou, destacando que "também se observa desde então o aumento da volatilidade das moedas da Europa de Leste e da América Latina".
Assim, "em face dos efeitos do aumento da inflação e das taxas de juro no rendimento disponível das famílias e na confiança dos consumidores, a competitividade de preço e a criação de oportunidades adicionais de poupança tornaram-se ainda mais preponderantes na agenda comercial e de marketing de todas as companhias do grupo", indicou, nas suas perspetivas para o resto do ano.
Segundo o grupo, "em Portugal, a inflação alimentar aumentou significativamente ao longo do período e cifrou-se em 10,8%" nos primeiros nove meses de 2022, atingindo 15,2% no terceiro trimestre.
"A pressão da subida generalizada dos preços sobre o rendimento disponível das famílias levou à queda de volumes no consumo alimentar e a uma crescente tendência de 'trading-down'", destacou, indicando que "por outro lado, a forte recuperação do turismo foi consistente ao longo dos 9M, permitindo um sólido desempenho do setor HoReCa", ou seja, de hotéis, restaurantes e cafés.
A Jerónimo Martins registou, nos primeiros nove meses do ano, lucros atribuíveis de 419 milhões de euros, um aumento de 29,3% em relação ao período homólogo, indicou o grupo, em comunicado enviado ao mercado.
Segundo a mesma nota, enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa aumentou as vendas e prestações de serviços em 21% até setembro, para 18.392 milhões de euros.
De acordo com o grupo, o EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) dos primeiros nove meses do ano foi de 1.348 milhões de euros, tendo aumentado, face ao período homólogo, em 17,8%.