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Encontro de Macron e Scholz foi "amigável" e "construtivo", dizem Paris e Berlim

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Foto: EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON

O encontro entre o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, hoje em Paris, foi "muito construtivo", levando à criação de grupos de trabalho nos domínios da energia, defesa e inovação, revelou a presidência francesa.

O Presidente francês e o chanceler alemão "discutiram a relação franco-alemã num espírito de trabalho muito próximo a médio e longo prazo", segundo a mesma fonte.

A mesma avaliação do encontro foi feita por uma fonte diplomática alemã, referindo que o encontro em Paris, resultou num diálogo "amigável" e "construtivo".

Esta reunião, que incidiu, entre outras, sobre questões de política energética ou de defesa, deverá levar nas próximas semanas a "uma cooperação muito boa e muito intensa", disse a mesma fonte.

Os dois líderes concordaram, nomeadamente, com o facto de a União Europeia estar a enfrentar "uma das crises mais importantes da sua história", o que os levou a discutir - entre outros - as questões da "segurança e defesa", a questão da "energia, com foco nos elevados preços da energia e a oferta" e também a inovação, detalhou a fonte alemã.

Estes três temas são fontes de tensão entre os dois governos, que não têm as mesmas ideias sobre como lutar contra a subida dos preços da energia, por exemplo.

"Sobre estes três temas foram criados grupos de trabalho de reflexão que levarão os dois governos a trabalhar em estreita colaboração nos próximos dias para os próximos passos", referiu por seu turno fonte do Eliseu.

No entanto, a reunião não deu origem a qualquer declaração conjunta dos dirigentes, que apareceram apenas brevemente, antes do almoço de trabalho, perante os media no pátio do Eliseu.

O encontro aconteceu num momento em que são conhecidas divergências entre Paris e Berlim em vários domínios-chave, incluindo a defesa e a energia, que podem ter estado na base do adiamento da cimeira dos dois governos que esteve agendada para hoje em Fontainebleau, embora oficialmente tenham sido invocados problemas de agenda de vários ministros.

Nas últimas semanas, França e Alemanha mantiveram posições muito divergentes, especialmente sobre a política energética da União Europeia após a invasão russa da Ucrânia.

A França quer aplicar em toda a UE a chamada "exceção ibérica" para poder baixar o preço da eletricidade, algo a que a Alemanha se opõe.

Além disso, o governo alemão apoiou fortemente o projeto de gasoduto MidCat através dos Pirenéus entre Espanha e França, que beneficiaria também Portugal, que acabará por ser abandonado a favor de um subaquático para transportar hidrogénio que ligará Barcelona a Marselha.

Nas últimas semanas, várias questões de defesa, como o projeto antimíssil lançado por Berlim, ou algumas diferenças sobre o desenvolvimento dos futuros aviões de combate europeus (em que a Espanha também participa), complicaram ainda mais a relação entre as duas grandes potências da UE e o euro.