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15 mortos em ataque de homens armados a local sagrado xiita

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Foto: EPA

Um grupo de homens armados abriu hoje fogo num importante local sagrado xiita na cidade de Shiraz (sul do Irão), provocando a morte a pelo menos 15 pessoas, reportou a imprensa estatal iraniana.

Segundo a página oficial na Internet do sistema judiciário iraniano, dois dos atacantes foram detidos e um terceiro está em fuga, desconhecendo-se se há mais envolvidos no ataque.

No passado, extremistas sunitas têm tido como alvo locais sagrados da maioria xiita do país. Segundo a agência noticiosa oficial iraniana IRNA, o número de vítimas pode aumentar.

O Irão tem sido abalado por protestos desde que uma jovem curda iraniana morreu, a 16 de setembro, três dias depois de ter sido detida em Teerão pela chamada 'polícia dos costumes', que a acusou de violar o rígido código de indumentária, que inclui o uso do véu em público.

Hoje, o acesso à internet foi bloqueado por "razões de segurança" em Saghez, província iraniana do Curdistão, onde nasceu Mahsa Amini, no dia em que se assinala o fim do luto tradicional de 40 dias, avançou a imprensa local.

Dezenas de pessoas, principalmente manifestantes, mas também membros das forças de segurança, foram mortas durante as manifestações que decorrem há mais de um mês, descritas como motins pelas autoridades, e centenas, incluindo muitas mulheres, foram detidas.

A cerimónia, que marcou o final do luto tradicional, foi seguida de confrontos dispersos, tendo a ligação à internet sido "cortada na cidade de Saghez por razões de segurança", informou a agência de notícias iraniana IRNA.

Segundo a mesma fonte, "cerca de 10.000 pessoas, incluindo moradores de Saghez, mas também de cidades vizinhas, foram prestar homenagem junto ao túmulo de Mahsa Amini, uma jovem que nunca foi ativista em vida, mas que, quando foi visitar o centro de Teerão sem um 'hijab' que lhe cobrisse todo o cabelo, acabou por se tornar um símbolo de revolta popular.

A morte de Amini provocou um tumulto no Irão e levou milhares de jovens a protestar contra a repressão das mulheres naquela república islâmica.

Originária de uma família religiosa e conservadora, a jovem cresceu em Saquez, cidade com pouco mais de 165.000 habitantes, localizada na região fronteiriça entre as províncias do Curdistão e do Azerbaijão Ocidental.

"Parte da multidão estava pronta para confrontos" com a polícia, acrescentou hoje a agência de notícias local, referindo que "um dos participantes hasteou a bandeira do Curdistão iraquiano".

No início do dia, a Justiça iraniana anunciou ter acusado mais de 300 pessoas por ligações aos protestos no país, elevando o número total de acusados para mais de mil.