Os dados provisórios relativos às empresas não financeiras com sede na RAM, para o ano de 2021, revelam que vários indicadores bateram os registos históricos (desde 2008) oficiais.

A começar no número de empresas que cresceu 3,6% para 29.717, mais 1.043 do que em 2020 (28.674), "um crescimento que se situou acima da média nacional (+3,0%)", informa a Direcção Regional de Estatística da Madeira. O mesmo aconteceu com o respectivo pessoal ao serviço, Volume de Negócios e o Valor Acrescentado Bruto (VAB) face ao ano anterior.

"No pessoal ao serviço, assistiu-se a um incremento em termos globais, face a 2020, de 6,9%, para um total de 84.578. De referir que no País o crescimento no pessoal ao serviço nas empresas não financeiras foi apenas de 2,0%", diz a DREM.

"O Volume de Negócios (VVN) das empresas não financeiras regionais aumentou 44,8% (+15,7% no País), entre 2020 e 2021, para os 7,1 mil milhões de euros", enquanto "o Valor Acrescentado Bruto (VAB), que grosso modo corresponde à diferença entre a produção e os consumos intermédios, subiu 41,7% (+15,2% no País), correspondendo a 1,9 mil milhões de euros", aponta, números que não estarão alheios à quebra registada no primeiro ano da pandemia.

"O Excedente Bruto de Exploração (EBE) - que corresponde à diferença entre o VAB e as remunerações, subtraindo-se ainda os impostos sobre produtos líquidos de subsídios - e o Resultado Líquido do período apresentaram também uma performance positiva face a 2020, aumentando 84,0% e 94,3%, respetivamente, para os 946,1 milhões de euros e 804,9 milhões de euros", realça a DREM.

"De notar que a expressão dos crescimentos em 2021 face a 2020 é particularmente significativa, refletindo o maior impacto da pandemia na economia madeirense neste ano, mas em todo o caso, para número de empresas, pessoal ao serviço, VVN, VAB, EBE e resultado líquido do período, os valores de 2021 são máximos históricos", afiança.

Ainda de referir que "em 2021, e atendendo à forma jurídica, 93,7% do VAB empresarial foi gerado pelas sociedades e 6,3% pelas empresas individuais" e que "por dimensão, observa-se que as Pequenas e Médias Empresas (PME) concentraram 76,4% do VAB empresarial, enquanto as 24 empresas de grande dimensão com sede na Região geraram 23,6% da referida variável".

Na análise por sector de actividade económica "evidencia que o sector do 'Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos' é aquele que se destaca como principal gerador do VAB empresarial. Com efeito, este sector concentra 19,8% do VAB (386,4 milhões de euros). Segue-se a 'Construção' com 14,4% (280,8 milhões de euros), o 'Alojamento, restauração e similares' com 13,1% (255,4 milhões de euros) e os 'Transportes e armazenagem' com 7,6% (148,6 milhões de euros)", calcula.

"De realçar que em 2020, o 'Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos' também era a actividade mais importante, concentrando 21,7% do VAB total, verificando-se assim uma redução de 1,9 pontos percentuais (p.p.) entre 2020 e 2021. No ano em referência, a 'Construção' diminuiu o seu peso em 0,2 pontos percentuais (p.p.) face ao ano precedente, sucedendo o contrário com o 'Alojamento, restauração e similares' que subiu 4,1 p.p. Inversamente, os 'Transportes e armazenagem' perderam importância (-1,8 p.p.)", resume.

Por fim, "a produtividade aparente do trabalho das sociedades não financeiras atingiu 24.620 euros por pessoa ao serviço em 2021, mais 32,5% que no ano anterior (+13,5% no País)", enquanto que "a remuneração média anual situou-se nos 14.443 euros por pessoa ao serviço remunerada crescendo 9,3% face ao ano anterior (+6,7% no País)".

Refira-se que "a informação deste ano apenas passará a definitiva durante o 1.º trimestre de 2023, altura em que a DREM publicará o 'Em Foco' que conterá uma análise mais alargada dos dados das Empresas relativos a 2021", informa.