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Literacia financeira contribui para sociedade menos desigual

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O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, defendeu hoje que a literacia financeira contribui para uma sociedade mais inclusiva e menos desigual, permitindo aos cidadãos estarem mais aptos para mitigar eventuais choques nas suas finanças pessoais.

"A literacia financeira é uma competência essencial para alcançar uma plena cidadania financeira", disse numa intervenção na sessão de encerramento da sessão solene da Semana da Formação Financeira 2022.

O responsável do supervisor bancário argumentou que "em momentos de mudança do ciclo económico e de elevada inflação, a capacidade para compreender a evolução da situação económica e financeira é ainda mais importante".

Neste sentido, sublinhou que "os cidadãos ficam mais capacitados para mitigar eventuais impactos adversos nas suas finanças pessoais, tornando-se financeiramente mais resilientes".

Mário Centeno recordou que durante períodos de crise, as economias tendem a penalizar "desproporcionalmente" os mais vulneráveis, pelo que, disse, a ausência de literacia financeira exacerba o impacto ao ampliar a sua vulnerabilidade financeira.

Assim, defendeu que "a formação financeira é importante para promover uma sociedade mais inclusiva e menos desigual".

Além de mais, apontou, a promoção da literacia financeira traz também benefícios para a economia e para a sociedade em geral.

"Cidadãos com maior literacia financeira contribuem para uma economia mais resiliente", disse, acrescentando que "o sistema financeiro beneficia com a existência de consumidores que conhecem as características e os riscos dos diferentes produtos financeiros e que fazem escolhas adequadas às suas necessidades, contribuindo para o desenvolvimento de mercados financeiros mais eficientes e estáveis".

Centeno garantiu, assim, que o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros "está comprometido com a implementação do referencial de competências financeiras para a população adulta da União Europeia, que a Comissão Europeia publicou em janeiro", dando nota de que atualmente está a ser desenvolvido a elaboração de um referencial europeu de competências financeiras para as crianças e os jovens.