Putin exige equipamentos mais modernos para forças russas
O Presidente russo, Vladimir Putin, exigiu hoje que as forças russas que lutam na Ucrânia tenham equipamento "mais moderno, confortável e eficaz".
O líder do Kremlin falava durante uma reunião do Conselho de Coordenação do Governo para garantir as necessidades do Exército russo.
"Não só devemos garantir o equipamento utilizado na operação militar especial (designação do Kremlin para a invasão da Ucrânia) como deve ser moderno, confortável e eficaz", salientou.
O chefe de Estado russo pediu a redução das condutas burocráticas que atrasam o fornecimento de equipamentos aos militares.
"As normas são normas, mas devem ser mudadas ou modificadas rapidamente (...), orientando-nos na situação real, nas reais necessidades", apontou.
O alerta visa minimizar as falhas descobertas durante o processo de mobilização parcial.
De acordo com a imprensa russa, entre outros problemas, houve casos de entrega de armas semiautomáticas enferrujadas, coletes à prova de bala de qualidade fraca, capacetes da Segunda Guerra Mundial.
Além disso, em alguns casos os centros de recrutamento solicitaram aos mobilizados que usassem os seus próprios equipamentos, como sacos-cama e 'kits' de primeiros socorros.
Nesse sentido, Putin estimulou os membros do Conselho, chefiado pelo primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, a definir "um plano de trabalho preciso e concreto" para superar os problemas.
O Presidente russo pediu um aumento no número de empresas que produzem equipamentos para o Exército e destacou que devem receber "'feedback' direto" dos militares sobre a eficácia do material.
Segundo o primeiro-ministro, o Governo já destinou fundos adicionais para a compra de uniformes e outros equipamentos.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.306 civis mortos e 9.602 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.