Exposição de David Francisco mostra figuras rupestres
Conforme noticiou o DIÁRIO na edição impressa de ontem, o fotógrafo David Francisco inaugurou esta terça-feira, 25 de Outubro, a sua exposição com fotografias de gravuras e figuras rupestres detectadas numa parede de pedra seca no sítio da Candelária, Freguesia da Tabua.
As imagens estão patentes na sala de exposições da Câmara Municipal da Ribeira Brava e são, no entender do autarca local, Ricardo Nascimento, uma “mais-valia para o concelho e uma valorização do nosso património”.
Ricardo Nascimento referiu, durante a inauguração, que a autarquia vai tentar preservar as pedras e perceber se “por detrás de uma pedra há outras gravuras até mais interessantes do que as visíveis”, pelo que o próximo passo é identificar o dono da parede e do terreno para trabalhar em conjunto.
O autarca acredita que estas pedras contam uma história que se passou há muitos anos e recordou “o suor do dia-a-dia dos agricultores que erguiam paredes de pedra em sítios de difícil acesso para ter o seu poio para a agricultura de subsistência”, daí que o trabalho agora exposto mereça “todo o respeito e admiração”.
O projecto da exposição começou com o contacto de uma ribeira-bravense que fazia a sua tese sobre os poios da Madeira e alertou para a existência das pedras, despertando o interesse da autarquia para uma possível divulgação.
David Francisco, autor das fotografias, destaca o catálogo/inventário que acompanha a exposição e que mostra 53 pedras por si fotografadas durante cinco dias na Candelária. O fotógrafo espera que este trabalho sirva sobretudo para “estudar, classificar e proteger as gravuras” que agora chegam ao conhecimento do público.
A exposição conta ainda com a participação de João Lizardo. O advogado e arqueólogo, autor do texto do catálogo, elogiou a autarquia pela iniciativa de defesa do património e lamentou a inexistência de qualquer reconhecimento deste fenómeno a nível académico. Embora não se saiba qual o sentido desta manifestação (arte rupestre), diz que um dos pontos de partida dos estudos é “a própria técnica das gravuras”.
Para João Lizardo, divulgar e preservar os valores locais é “um grande passo para conhecer o que foi e o que é a Madeira”.
A exposição estará patente ao público até 2 de Dezembro.