A Guerra Mundo

Kiev pede a ucranianos para permanecer no estrangeiro no Inverno

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A vice-primeira-ministra ucraniana e chefe de reintegração dos territórios ocupados, Iryna Vereshchuk, pediu hoje aos cidadãos ucranianos no estrangeiro para não regressarem ao seu país durante o inverno, devido à difícil situação energética.

"Peço que não voltem. Precisamos de sobreviver ao inverno. Infelizmente, as redes não vão aguentar. Vocês veem o que a Rússia está a fazer. Se tiverem possibilidade, passem o inverno no estrangeiro, por enquanto", pediu Vereshchuk, em declarações à estação pública de televisão.

A vice-primeira-ministra ucraniana sublinhou que a Rússia está a aterrorizar a população civil, dizendo que esse é um sinal de que Moscovo não está a conseguir derrotar as forças de Kiev no campo de batalha.

De acordo com as autoridades ucranianas, os ataques de mísseis e 'drones' russos entre 10 e 20 de outubro danificaram mais de 400 instalações em 16 regiões da Ucrânia, incluindo dezenas de infraestruturas de energia.

Também o procurador-geral da Ucrânia, Andriy Kostin, revelou que, desde o início da guerra, em final de fevereiro, a Rússia lançou 85 ataques contra centrais ucranianas, 51 destes apenas no mês de outubro, provocando danos em cerca de 40% da infraestrutura energética da Ucrânia.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.