Madeira

Quercus denuncia intervenção na Lagoa do Lugar de Baixo

"Num dos limites da lagoa são bem visíveis resíduos sólidos urbanos a flutuar", refere a associação ambientalista

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Foto arquivo

O núcleo regional da Madeira da Quercus veio hoje a público denunciar a intervenção que está a ser realizada na lagoa do Lugar de Baixo, na freguesia da Ponta do Sol, onde segundo os ambientalistas "a água da lagoa continua a apresentar sinais de poluição".

"Uma área significativa com caniços foi intervencionada, tendo os mesmos sido colocados junto ao muro de suporte contíguo à estrada. Num dos limites da lagoa são bem visíveis resíduos sólidos urbanos a flutuar, destacando-se inúmeros fragmentos de esferovite", refere a associação em nota remetida à imprensa.

A Quercus questiona igualmente se "esta intervenção, alegadamente promovida pela Sociedade de Desenvolvimento Ponta do Oeste, não justifica a colocação, na zona, de um cartaz a indicar a entidade que está a realizar a intervenção, o objectivo da mesma e a sua duração".

"Lamenta-se a falta de informação sobre os trabalhos em curso, que se presume estarem relacionados com a 'renaturalização e melhoramento da lagoa e sua envolvente', prevista no Plano de Atividades e Orçamento de 2022 da Sociedade de Desenvolvimento Ponta do Oeste, mas cujo projecto se desconhece", precisa a associação.

"Estando a decorrer a Década das Nações Unidas para o Restauro dos Ecossistemas (2021 – 2030), a Quercus Madeira gostaria que a intervenção estivesse alicerçada no estudo deste tipo de ecossistema e num projecto que considerasse as melhores práticas de restauro ambiental, bem como o envolvimento dos cidadãos", pode ler-se na mesma nota.

A associação de defesa do Ambiente salienta ainda que "a lagoa do Lugar de Baixo é a única lagoa de maré que existe actualmente na Ilha da Madeira, sendo local de paragem e descanso para algumas espécies de aves migradoras. Além disso tem um pequeno núcleo residente de galinhas-d’água e galeirões, tendo sido observado recentemente um juvenil de galeirão".

A Quercus considera também que "o envolvimento e a colaboração da população são muito importantes" pelo que diz não ser aceitável "lançar águas poluídas na levada que desagua na lagoa, nem aí manter aves domésticas, alimentando-as (e aos ratos)". Na mesma linha, lembra que "a gripe das aves não desapareceu e que, por precaução, os patos domésticos deveriam ser retirados", apelando à Câmara Municipal da Ponta do Sol que "fiscalize estes actos irresponsáveis".

A Quercus lembra ainda à população que "observar as aves e fruir do ambiente à beira-mar é um direito que exige respeito por aquele espaço e pelas outras pessoas", obrigando "ao cuidado de não sujar e de manter o sossego, evitando fazer ruído".