Teerão acorda venda de 40 turbinas a Moscovo para ajudar indústria do gás russa
O Irão assinou um contrato com a Rússia para fornecer 40 turbinas para ajudar a indústria de gás do país, atingida pelas sanções ocidentais devido à invasão da Ucrânia, segundo a agência de notícias estatal, Shana.
Os "sucessos industriais" do Irão "não se limitam ao campo de mísseis e 'drones'", disse o diretor executivo da Iranian Gas Engineering and Development Company, Reza Noushadi, citado na notícia.
"Atualmente, 85% das instalações e equipamento necessários à indústria do gás são fabricados dentro do país e, tendo em conta esta capacidade, foi recentemente assinado um contrato para exportar 40 turbinas de fabrico iraniano para a Rússia", acrescentou, sem especificar quando o contrato foi assinado ou quando se espera que as turbinas sejam entregues.
Como resultado das sanções ocidentais impostas após a invasão da Ucrânia a 24 de fevereiro, a Rússia reduziu ou suspendeu o abastecimento a vários países europeus, fazendo disparar os preços da energia.
O Kremlin diz que as sanções impediram a manutenção das infraestruturas de gás da Rússia. E o Ocidente acusou a Rússia de utilizar o fornecimento de gás como uma arma.
Segundo Noushadi, as sanções dos EUA contra a Rússia destinam-se a excluir Moscovo do mercado do gás e eliminar "um dos maiores concorrentes" dos EUA neste mercado.
A Rússia e o Irão, lar de algumas das maiores reservas de gás do mundo, estão sujeitos a duras sanções dos EUA. Ambos os países sublinharam nos últimos meses a importância de aumentar a cooperação.
O Presidente iraniano, Ebrahim Raissi, disse ao homólogo russo, Vladimir Putin, em meados de setembro, que a cooperação entre os dois países os tornaria "mais fortes".
O Presidente russo visitou Teerão em julho, onde se encontrou com o Presidente, Raissi, e o líder supremo do Irão, o Ayatollah Ali Khamenei, que também apelou a uma "cooperação a longo prazo" mais forte com Moscovo.
Teerão negou recentemente ter fornecido à Rússia armas utilizadas na ofensiva da Ucrânia, em resposta às acusações de Kiev e dos aliados ocidentais de que Moscovo está a utilizar 'drones' de fabrico iraniano na Ucrânia.