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O hijab, o Irão e Taremi

Fui saber o que era um hijab. Para perceber porque, no Irão, morrera uma jovem por causa disso. Afinal não passava de um véu islâmico. Foi assassinada a pobre coitada. Fiquei incrédulo e escandalizado. No século XXI? Bárbaros.

O que revoltou muitas mais que desataram a desafiar o estado religioso ultraconservador e medieval dos ayatollah destruindo publicamente os seus hijabs. A luta pela liberdade enquanto subjugadas a uma ditadura masculina tirana, é merecedora do nosso apoio, apreço e relevo.

Mahsa Amini, a rapariga de 22 anos que foi detida pela polícia iraniana ou da “moralidade”, criação de um governo teocrático feroz, que vem perseguindo as mulheres que não se vistam de acordo com a lei (deles), acabou por morrer numa esquadra policial.

Centenas de outras manifestam-se, na rua ou nas redes sociais, desafiando as forças policiais ditas moralistas, mas extremamente violentas e opressoras. São já inúmeras as vítimas mortais, algumas jovens, resultantes destes protestos que se espalharam por todo o país. E contaram com a solidariedade internacional.

São direitos humanos que estão em causa, a liberdade que as mulheres nos países de fanatismo religioso despótico não têm, vivendo ostracizadas num passado primitivo. Mata-se por causa de um hijab? Triste. Inconcebível. Intolerável.

E onde entra Taremi? Jogador de seleção, famoso no Irão, com milhares de seguidores na web, declarou apoio ao movimento, contestando o regime. Com coragem colocou-se do lado das iranianas protestando contra a violência de que são alvo, correndo o risco da ameaça e da perseguição, a si ou à sua família. Jogou ao ataque, como de costume. Valente Taremi.