Verdade ou consequência!
No dia em que o povo português acordou para a liberdade, longe estaria a grande maioria de pensar que após quase meio século estaríamos chegados a este patamar tão miserável. Vindo de um regime totalitário que por circunstâncias entre outras a (1.ª guerra mundial), teve de deitar mão à catástrofe surgida de governos anteriores incompetentes e corruptos. Criando um plano de recuperação económica que para a época Março de 1935 o diário TIME afirmava: "é impossível negar que o desenvolvimento económico recorde registado em Portugal não só não tem paralelo em qualquer outra parte do mundo como também é um feito para o qual a história não tem muitos precedentes” e que anos mais tarde tornou o país numa economia estável e sem dívidas. Verdade seja dita que existia muita pobreza nos nosso país, mas aquilo que a liberdade nos deu nada mais foi um regime onde criou-se a ideia de que a classe política tinha todos os direitos, privilégios e poderes sobre os dinheiros do povo e foi um manancial de corrupção que nos conduziu à maior dívida externa de sempre. Ninguém irá pôr em causa esta verdade. Em 2021, a dívida externa bruta de Portugal atingiu 408 401 milhões de euros, representando 193,15% do PIB. Foram este tipo de descalabros que outrora conduziram o país ao tão detestado e condenado regime totalitário onde a constituição da república nesse mesmo governo foi levada à votação do povo e que talvez não queiram repetir. Será que aprenderemos com os erros do passado para não voltar a cair em desgraças por culpa dos democratas? Queremos defender a todo custo a democracia e com ela a liberdade que tanto preservamos, mas que não seja para continuar a ser um povo escravizados pelos defensores duma liberdade condicionada e duma democracia virtual, será que ainda vamos a tempo de salvar a democracia. De certeza que aqueles que conduziram o país para este abismo não têm a capacidade e muito menos autoridade moral para se mostrarem como solução dos graves problemas que criaram e se arrastam há décadas e levaram a que 4, 4 milhões de portugueses estejam em risco de sobreviverem no limiar da pobreza. Nunca a miséria foi tão evidente e não seremos nós em boa parte cúmplices da nossa própria miséria pelo facto de teimosamente ter mantido os mesmos de sempre a gerirem os interesses que deveriam ser do povo? Por circunstâncias idênticas a história repete-se. Alguém terá dúvida que possa vir a ser esta a consequência?
A. J. Ferreira