Lula acusa Bolsonaro de querer mexer no salário mínimo
O ex-presidente brasileiro Lula da Silva acusou o hoje o chefe de Estado brasileiro, Jair Bolsonaro, de querer prejudicar os mais pobres com alterações ao salário mínimo.
"O ministro da economia disse que o salário mínimo será dissociado (da inflação). Isso significa que o reajuste do salário mínimo deixara de ter um aumento real", disse Lula durante uma conferência de imprensa em Juiz de Fora, no estado do sudeste de Minas Gerais.
Lula aludiu a notícias na imprensa de que o ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes, está a trabalhar num plano para dissociar o aumento do salário mínimo, que ronda atualmente os 1.200 reais (cerca de 230 euros), do crescimento da inflação do ano anterior.
Guedes, um economista liberal da Escola de Chicago, reconheceu que a questão está a ser discutida, mas garantiu que a correção dos salários e pensões continuará a ser feita com base na inflação.
"Esteja preparado. 22 milhões de reformados e 32 milhões de pessoas que ganham um salário mínimo não serão reajustados acima da inflação", salientou Lula.
Horas antes, durante um comício na cidade de Teófilo Otoni, também no estado de Minas Gerais, o líder do Partido dos Trabalhadores (PT) reafirmou a sua intenção de isentar de impostos os rendimentos até 5.000 reais (cerca de 970 euros) e de aumentar os impostos sobre os mais ricos em troca.
Minas Gerais, no sudeste do Brasil, é um estado chave na segunda volta das eleições de 30 de outubro, que deverá ser uma disputa estreita entre Lula e Bolsonaro.
Lula ganhou a primeira volta de 02 de Outubro com 48,4% dos votos para os 43,2% de Bolsonaro,
Enquanto o antigo sindicalista intensificou a sua campanha em Minas Gerais, o líder brasileiro concentrou nos últimos dias a sua agenda em São Paulo, o maior círculo eleitoral do país e onde se espera um duelo regional entre os candidatos patrocinados por Lula e Bolsonaro.