Sistemas de abastecimento de água e aquecimento podem ser atacados
O primeiro-ministro da Ucrânia, Denis Shmigal, alertou hoje que as Forças Armadas russas podem atacar as instalações de abastecimento de água e aquecimento, além das infraestruturas elétricas.
"É óbvio que o terror russo vai continuar", disse Shmigal, que antecipou que os cortes de abastecimento "são prováveis".
O governante pediu à população para "estar preparada" e se abastecer com água potável e roupas quentes.
O Exército russo intensificou a sua ofensiva na Ucrânia nas últimas semanas, atacando as principais instalações elétricas do país, provocando interrupções no fornecimento, ora programadas, ora por falhas na infraestrutura.
Com este aviso, a Ucrânia alerta para a possibilidade de uma grande parte da população ter de enfrentar um inverno rigoroso em condições adversas, sem abastecimento de água, eletricidade ou aquecimento.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.306 civis mortos e 9.602 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.