Marcelo reafirma que Passos Coelho é um "activo politico" para o país
O Presidente da República reafirmou hoje que Pedro Passos Coelho é "um ativo politico para o futuro", justificando que está a dizer em voz alta aquilo que "muitos portugueses pedem".
"Eu falei para dizer o seguinte, o país deve-lhe, porque deve mesmo, aquilo que fez durante a crise da troika e que é um ativo politico para o futuro. Tenho dito isto a muita gente, é a minha opinião como Presidente da República portuguesa, dizer em voz alta o que muitos portugueses pedem", afirmou hoje Marcelo Rebelo de Sousa, em Vila Nova de Gaia, Porto, à margem de um encontro de magistrados.
Confrontado com uma noticia do semanário Expresso de hoje de que os elogios que fez não terão sido bem recebidos pelo ex-primeiro-ministro, Marcelo Rebelo de Sousa disse ter falado como Presidente e não como cidadão.
"Em relação ao doutor Passos Coelho, como em relação a muitas outras pessoas da vida portuguesa, falei como Presidente da República, não falei como Marcelo Rebelo de Sousa", insistiu.
A 15 de outubro, em Amarante, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que o país ainda "deve esperar muito do contributo" do antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, numa altura marcada pela suas declarações sobre os casos de abusos sexuais na Igreja Católica.
"Sendo tão novo [Pedro Passos Coelho], o país pode esperar, deve esperar muito ainda do seu contributo no futuro, não tenho dúvidas", afirmou aos jornalistas, observado que a "resistência" do ex-chefe do Governo no período da troika é reconhecida dentro e fora de Portugal.
"O país deve, num período muito difícil de crise na troika, ao primeiro-ministro Passos Coelho, uma resistência, que ainda há dois dias pude ouvir ser elogiada pela boca da então chanceler Angela Merkel. Portanto, é reconhecida cá dentro e reconhecida lá fora, é um facto", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.
As declarações do Presidente da República aconteceram à margem da cerimónia que assinalou o início das comemorações do centenário de Agustina Bessa Luís, às quais assistiu o antigo primeiro-ministro.