ANA assume ser "principal financiadora da conectividade" da Região
Gestora dos aeroportos lamenta omissões e refuta críticas às taxas feitas pela Ryanair e pelo Governo Regional
A ANA, Aeroportos de Portugal emitiu ontem à noite uma resposta às críticas de que foi alvo "num evento comercial organizado pela Ryanair no aeroporto do Funchal", referindo-se desta forma ao encontro entre o CEO da companhia, Eddie Wilson, com os jornalistas madeirenses, no qual estiveram presentes também o secretário regional do Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, e o director do Aeroporto, Roberto Santa Clara Gomes.
Ryanair vai manter as mesmas rotas para a Madeira
CEO da companhia volta a criticar aumento das taxas aeroportuárias
Francisco José Cardoso , 20 Outubro 2022 - 10:27
Ryanair trouxe “contributo definitivo na recuperação da economia regional”
Eduardo Jesus saúda operação e subscreve crítica ao aumento das taxas aeroportuárias
Tânia Cova , 20 Outubro 2022 - 10:47
Questionada pelo DIÁRIO com as declarações que consideraram que o aumento das taxas aeroportuárias, reprovadas pela Região, tiram competitividade ao aeroporto e ao destino e inibem a Ryanair de lançar novas rotas já no próximo Inverno a partir da sua base na Madeira, a ANA esclarece que “as taxas aeroportuárias são fixadas nos termos do contrato de concessão, o qual é de conhecimento público”.
A ANA assume que propôs uma actualização de taxas para 2023 “que acompanha a elevada inflação em Portugal, a qual impacta fortemente os custos dos aeroportos nacionais, que também se encontram numa fase de recuperação após 2 anos de crise, durante os quais as taxas aeroportuárias foram reduzidas”.
Mais, refere que a actualização “representa na Madeira um acréscimo por passageiro de apenas 0,79 euros, sendo essa a única componente efectivamente questionada do custo total de uma viagem, apesar do seu impacto globalmente irrelevante na atractividade do destino Madeira”.
A concessionária não se pronuncia sobre a reprovação constante do aumento das taxas pelo executivo madeirense, mas sublinha que o nível das taxas aplicadas na Madeira “não pode ser apreciado sem ter em consideração os incentivos oferecidos às companhias aéreas, das quais a Ryanair é a primeira beneficiária através nomeadamente do incentivo à criação de bases operacionais disponibilizado pela ANA à todos os operadores”.
Esse incentivo, que a ANA não especifica, quer na forma como no montante, representa, segundo a entidade gestora dos aeroportos, “um esforço significativo para o desenvolvimento da conectividade da Região, colocando claramente a ANA como a principal financiadora deste desenvolvimento”. Também refere que o apoio alocado à instalação de bases “permite às companhias aéreas a recuperação de uma parte significativa das taxas cobradas pelo aeroporto”.
Na resposta enviada ao DIÁRIO, que por sinal também foi enviada para outros meios de comunicação, a ANA lamenta que todo este esforço “seja repetidamente omitido ou desvalorizado”. De qualquer forma, reitera à Região e aos madeirenses “o seu compromisso para o desenvolvimento da conectividade das ilhas, cuja evolução demonstra o sucesso da sua política de taxas e incentivos”.
A questão colocada à direcção de Comunicação da ANA decorre do facto do Director do Aeroporto, Roberto Santa Clara Gomes, também presente no "evento comercial" a que a ANA se referes, ter prescindido de emitir opinião, remetendo o melindroso assunto para a comissão executiva da concessionária dos aeroportos nacionais.