Justiça eleitoral vai investigar suposta rede de desinformação pró-Bolsonaro
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil determinou hoje a abertura de uma investigação sobre uma alegada rede de desinformação que pode estar a operar a favor do atual Presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro.
A decisão atendeu a uma demanda da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que enfrentará Bolsonaro na segunda volta das eleições, em 30 de outubro.
A suposta trama de desinformação será dirigida pelo vereador Carlos Bolsonaro, um dos três filhos do candidato apoiado pela extrema-direita que atua na política e que é responsável pelas redes sociais e campanha digital do seu pai.
Carlos Bolsonaro reagiu à decisão nas suas redes sociais, na qual denunciou que "a censura no Brasil anda a passos largos, com organizações rasgando as leis que regem a ordem do país".
Da mesma forma, o TSE estabeleceu que as próprias empresas de Internet identifiquem os donos de cerca de 30 perfis que, nas redes sociais, apoiariam a campanha de desinformação, visando disseminar "mentiras" sobre Lula da Silva e a sua candidatura.
Na mesma sessão, foi decidido que as empresas devem remover conteúdos falsos da Internet no prazo de duas horas após terem sido notificadas e que o tribunal pode ordenar 'ex-officio', ou seja, sem antes ouvir as partes envolvidas.
Desde a primeira volta das eleições, em 02 de outubro, há "uma proliferação de notícias falsas" e uma "crescente agressividade do discurso de ódio", que "não faz nada e corrói a democracia", segundo o presidente do TSE, Alexandre de Moraes.
Nesse primeiro turno, Lula da Silva ganhou com 48,4% dos votos, ante 43,2% obtidos por Jair Bolsonaro.
Lula da Silva continua à frente nas sondagens e, no dia 30, venceria as eleições com uma diferença entre quatro e seis pontos acima do atual presidente, se as previsões se confirmarem.