Madeira

Empresas madeirenses mais resistentes do que a média nacional

Atlas Estatístico das empresas da Região Autónoma da Madeira foi divulgado hoje

Foto Arquivo/Aspress
Foto Arquivo/Aspress

A Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM) disponibilizou hoje um novo capítulo do 'Atlas Estatístico da Região Autónoma da Madeira', que é dedicado à área da Empresas, na qual se destaca o facto de o sector empresarial regional ser mais resiliente do que a maioria do tecido nacional, superando a média do país e só ultrapassada pelas empresas da região Norte.

Importa frisar que a "informação das empresas retratada neste capítulo do Atlas Estatístico reporta ao período de 2010 a 2020, ou então apenas a este último ano, que foi bastante atípico devido à pandemia da COVID-19, e que impactou de forma heterogénea as diferentes atividades", começa por justificar.

"Retrata a densidade das empresas, ou seja, o número de empresas por km2, traduz claramente a concentração da atividade económica empresarial na faixa compreendida entre os municípios de Câmara de Lobos e Santa Cruz" (incluindo o Funchal, claro). De oeste para leste, destacam-se as freguesias de Câmara de Lobos e do Estreito de Câmara de Lobos, todas as freguesias do Funchal com exceção do Monte e o Caniço. São Pedro Santa Luzia e Sé apresentam os valores mais altos neste indicador (774, 642 e 615 empresas por km2, respetivamente)", sinaliza.

Quanto ao número de pessoas por empresa, evidencia "um padrão mais distribuído do que no caso" da distribuição de empresas. "Na faixa entre a Ribeira Brava e Machico, apenas o Imaculado Coração de Maria, Santa Cruz e o Porto da Cruz estão no intervalo mais baixo. Sé, São Roque e Caniçal surgem com os rácios mais elevados (5,6, 5,3 e 4,5 pessoas por empresa)".

No que toca ao "rácio do volume de negócios por empresa, mostra que o Caniçal (onde está localizada a Zona Franca Industrial) e a Sé apresentam os valores mais altos neste indicador, de cerca de 1,0 milhões de euros e 544 mil euros, respetivamente", contabiliza. "O espaço compreendido entre Câmara de Lobos e Machico destaca-se com a mancha mais escura a se localizar em algumas das freguesias do Funchal (com saliência para S. Gonçalo, Santa Maria Maior, Sé, S. Pedro, Santa Luzia e Santo António) e ainda na Água de Pena e no Caniçal". E acrescenta: "Na referida faixa, apenas destoam Estreito de Câmara de Lobos, Jardim da Serra, Curral das Freiras, Imaculado Coração de Maria, Santa Cruz e Santo António da Serra (de Machico). Fora deste espaço, apenas a Ribeira Brava e o Arco da Calheta estão acima do intervalo mais baixo (entre 10,8 e 73,3 mil euros por empresa)."

Aponta-se, assim, ao tema que dá título a esta peça. Segundo a DREM, os dados "disponíveis mostram que a criação e o desaparecimento de empresas é um processo bastante dinâmico. Em 2020, as taxas de sobrevivência das empresas nascidas 2 e 5 anos antes eram superiores na Região (60,1% e 35,6%, respetivamente) comparativamente ao País (58,4% e 34,1%, pela mesma ordem). De referir que, ao nível das regiões NUTS II, apenas o Norte apresentava uma taxa superior à da RAM".

No que à de sobrevivência das empresas nascidas 2 anos antes (tendo como referência o ano de 2020), a imagem em baixo "não evidencia um padrão muito claro, contudo, muitas das freguesias com valores mais baixos apresentam uma baixa dinâmica empresarial. É o caso do Seixal, Ribeira da Janela, Ponta do Pargo, Prazeres, Campanário, Ponta Delgada, Boaventura e Porto Santo. No Funchal, Monte e S. Roque também apresentam taxas de sobrevivência inferiores a 50%".

Também "a taxa de natalidade de empresas na RAM (12,2%) foi, em 2020, superior à média nacional (11,8%), e ao nível das NUTS II, apenas superada pela AML – Área Metropolitana de Lisboa (13,5%)", destaca. A imagem em baixo "mostra a distribuição desta variável por freguesia" e "evidencia que os valores mais elevados estão na faixa entre o Funchal e Machico. A freguesia das Achadas da Cruz, que não viu nenhuma empresa nascer em 2020, ocupava o último lugar neste indicador", realça.

No entanto, em 2020, "a RAM apresentava uma taxa de mortalidade de empresas (13,3%) ligeiramente superior à média nacional (13,0%), mas inferior à das regiões NUTS II da AML (13,7%), R. A. Açores (13,5%) e Algarve (13,4%)", evidenciam os dados. Mas a imagem, "não evidencia nenhum padrão territorial muito definido, embora a metade oriental das freguesias do Funchal e a quase totalidade das freguesias de Santa Cruz apresentem valores acima da média regional. São Roque do Faial (21,3%) e Jardim do Mar (28,9%) destacam-se como as freguesias com as taxas de mortalidade mais elevadas".

No que toca ao "peso dos gastos com pessoal no VAB", um "dos indicadores patrimoniais apresentado no Atlas, sendo que ao longo do período 2010-2020 evidencia uma evolução irregular (ver imagem em baixo)", o certo é que "o mínimo foi atingido em 2017 (52,7%) e o máximo em 2020 (69,5%), neste último caso, em resultado da forte queda do VAB, provocado pela pandemia", confirma. "De notar que entre 2016-2019, este indicador foi mais baixo na RAM que no País, invertendo-se a situação em 2020, reflexo da maior penalização da economia madeirense pela pandemia", acrescenta.

Finalmente, o Atlas aborda também o uso de tecnologias pelas empresas, sendo que, em 2020, "a RAM surgia como a terceira região com a maior proporção de VAB em sectores de alta e média-alta tecnologia (5,8%), depois do Alentejo (6,7%) e da AML (17,1%), que lidera a grande distância", resume. "Em termos de proporção do VAB das empresas com atividades de tecnologias de informação e comunicação (TIC), em 2020, a RAM ainda surgia em maior destaque, como a segunda região com maior percentagem (7,7%), uma vez mais atrás da AML (13,2%)".

"No período entre 2010 e 2020, a proporção de pessoal ao serviço em atividades de TIC, apresentou tendência crescente na RAM, passando de 1,1% em 2010 para 2,0% em 2020", conforme se pode ver na imagem em baixo.