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TAP escolhe novo operador para substituir White Airways

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A TAP lançou um pedido de proposta a vários operadores para um contrato de prestação de serviços para dois aviões ATR, em substituição da White Airways, cujo contrato termina em 31 de outubro, indicou, em comunicado.

"A TAP lançou um pedido de proposta a vários operadores de ATR, a fim de otimizar a frota a operar ao seu serviço, aumentar a fiabilidade e reduzir os custos", disse a companhia, na nota.

Segundo a TAP, "das cinco propostas recebidas, a melhor oferta para operar dois ATR está a ser negociada e vai proporcionar a necessária regularidade operacional e evitar o impacto financeiro negativo que a TAP tem sofrido até agora devido à falta de fiabilidade da White".

A transportadora disse ainda que "o operador selecionado vai contratar tripulação e pessoal de manutenção português para os dois ATR", ou seja, é um contrato de ACMI. 

"A White Airways tem vindo a operar uma frota de seis aviões ATR para a TAP, o que tem sido um desafio constante, com múltiplos aviões ATR a ficarem em terra por avaria e a registarem uma regularidade operacional decrescente", justificou a companhia, indicando que, de acordo com o seu plano de reestruturação, "tem uma limitação em termos de dimensão da frota, que não pode exceder as 99 aeronaves".

A transportadora explicou depois que "esta limitação exige que a empresa potencie a oferta através da utilização de aeronaves com maior capacidade de lugares, em detrimento dos aviões da frota com menor capacidade, justamente os ATR", acrescentando que "tem de reforçar a fiabilidade da sua frota, para evitar que os resultados operacionais sejam penalizados pela indisponibilidade de aeronaves".

"De futuro, a TAP apenas necessitará de dois ATR, uma vez que vai contar com seis E-jets (Embraer) adicionais na Portugalia, dois dos quais já iniciaram as operações em setembro deste ano, enquanto os quatro restantes serão faseados até janeiro de 2023", explicou a companhia.

De acordo com a transportadora, "só durante o último ano, a White Airways teve uma média mensal de 10 eventos AOG (Aircraft on Ground) devido a razões técnicas", sendo que "entre novembro de 2021 e setembro de 2022, razões técnicas resultaram num agregado de 342 voos cancelados, com uma média de 31 voos cancelados por mês".

"Só em setembro de 2022, a White teve 84 voos cancelados por razões técnicas", referiu a empresa, adiantando que "em 2022 (acumulado), a White Airways tem 1,9 AOG por 100 voos, contrastando com a relação da TAP de 0,52 AOG por 100 voos. A White Airways operou 94% dos voos planeados, enquanto na TAP esta percentagem sobe para 98,2%", destacou.

A TAP assinalou que, "desde janeiro de 2022, o baixo desempenho da frota ATR operada pela White teve um impacto financeiro negativo na TAP de 4,8 milhões de euros devido a cancelamentos, necessidade de troca de aviões com aumento de capacidade e indemnizações aos passageiros".

Ainda assim, e "apesar da falta de fiabilidade operacional da White, a TAP tem vindo a pagar diretamente à White as horas voo e a suportar os custos dos alugueres das aeronaves e das reservas de manutenção", indicou, detalhando que "entre 2016 e 2022, a TAP pagou 109 milhões de euros por horas de voo diretamente à White e 98 milhões de euros por alugueres de aeronaves ao serviço da White, mais 33 milhões de dólares para reservas de manutenção ao locador da aeronave".

Com a pandemia, "a TAP continuou a apoiar a White, pagando 24 milhões de euros durante 2020 e 2021, o que representou uma diminuição média de apenas 20% em relação a 2019, embora em média as operações da White para a TAP tenham diminuído 42%", explicou a transportadora.

Em abril deste ano, uma notícia do Negócios dava conta das dificuldades da White Airways, que pertence ao grupo Omni Aviation, referindo que a empresa estava mesmo em risco de insolvência.

O contrato da White com a TAP "expira em 31 de outubro de 2022", disse a companhia.