Novos confrontos étnicos no Sudão provocam pelo menos 15 mortos
Novos confrontos tribais no estado do Nilo Azul, no sul do Sudão, provocaram hoje, pelo menos, 15 mortos, segundo fontes sanitárias e das tribos beligerantes.
Na semana passada, confrontos entre membros da tribo Hausa e tribos rivais na aldeia de Wad al-Mahi, a leste da cidade de Roseires, provocaram 13 mortos, segundo a Organização das Nações Unidas.
"Recebemos 10 corpos no hospital Wad al-Mahi", disse uma fonte médica.
Outra fonte do hospital de Roseires disse ter sido registada a transferência de "mais cinco corpos e 10 feridos" para aquela unidade sanitária.
A violência recomeçou apesar do destacamento de grandes forças de segurança na área, disse um líder tribal hausa.
Na segunda-feira, as autoridades sudanesas impuseram o recolher obrigatório noturno na área de Wad al-Mahi.
Os confrontos deveram-se a uma disputa por terras, segundo a ONU.
A questão do acesso à terra é muito sensível no Sudão, um dos países mais pobres do mundo, onde a agricultura e a pecuária representam 43% dos empregos e 30% do Produto Interno Bruto.
O uso costumeiro proíbe os Hausa, a última tribo a chegar ao Nilo Azul, de possuírem a terra, mas a tribo contesta a proibição.
Confrontos entre o grupo étnico africano Hausa e tribos rivais entre julho e início de outubro provocaram pelo menos 149 mortos, centenas de feridos e cerca de 65.000 deslocados, segundo a ONU.
Os conflitos tribais estão a aumentar no Sudão devido, dizem os especialistas, ao vácuo de segurança criado pelo golpe de 25 de outubro de 2021 em Cartum.