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'The seven moons of Maali Almeida' de escritora cingalesa vence The Booker Prize

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"The seven moons of Maali Almeida", da escritora cingalesa Shehan Karunatilaka, é o vencedor do The Booker Prize 2022, anunciou hoje a organização do prémio.

O presidente do júri do prémio, Neil MacGregor, descreve o livro como "um ´afterlife noir` que dissolve os limites não só de géneros diferentes, mas também de vida e morte, corpo e espírito, leste e oeste".

Na obra "As sete luas de Maali Almeida" (numa tradução livre), os leitores descobrirão "a ternura e a beleza, o amor e a lealdade, e a busca de um ideal que justifique toda a vida humana".

Shehan Karunatilaka é a segunda autora nascida no Sri Lanka a ganhar o Booker Prize depois de Michael Ondaatje, que venceu em 1992.

Shehan Karunatilaka emergiu na cena literária mundial em 2011 quando ganhou o Prémio da Commonwealth com o romance de estreia "Chinaman". A autora, que também escreveu canções de rock, guiões e histórias de viagem, venceu agora, com o seguindo romance, o Booker Prize.

Numa entrevista para o site da internet do galardão, a autora diz que começou a pensar neste livro em 2009, após o fim da guerra civil no Sri Lanka, "quando houve um debate feroz sobre quantos civis morreram e de quem foi a culpa", acrescentando que decidiu escrever "uma história de fantasmas em que os mortos pudessem oferecer a sua perspetiva".

O prémio foi atribuído pela rainha consorte, numa cerimónia realizada hoje na Roundhouse, com um discurso de abertura da cantora-compositora Dua Lipa e apresentado pela comediante Sophie Duker.

"The Seven Moons of Maali Almeida", que está publicado pela editora independente Sort of Books, explora a vida após a morte, numa investigação negra, no meio do caos assassino de um Sri Lanka assolado pela guerra civil.

Em Colombo, 1990, o fotógrafo de guerra Maali Almeida está morto, e não faz ideia de quem o matou. O fotógrafo tem sete luas para tentar contactar o homem e a mulher que mais ama e levá-los a uma conjunto escondido de fotos que irão abalar o Sri Lanka.

A autora, que com o primeiro romance venceu prémios como o Prémio Gratiaen e que foi selecionado para a BBC e para o Grande Jubileu de Leitura da Agência de Leitura, em 2021, nasceu em Galle, Sri Lanka, em 1975, e cresceu em Colombo.

Para o presidente do júri, qualquer um dos seis livros "préseleccionados teria sido um vencedor digno".

"O que os juízes particularmente admiraram e apreciaram em ´The seven moons of Maali Almeida` foi a ambição do seu alcance, e a audácia hilariante das suas técnicas narrativas. Este é um thriller metafísico, um ´afterlife noir` que dissolve os limites não só de géneros diferentes, mas também de vida e morte, corpo e espírito, leste e oeste".

"É uma brincadeira filosófica inteiramente séria que leva o leitor ao ´coração negro do mundo` - os horrores assassinos da guerra civil no Sri Lanka. E uma vez lá, o leitor descobre também a ternura e a beleza, o amor e a lealdade, e a busca de um ideal que justifique cada vida humana", frisou Neil MacGregor.