CDU diz que modelo económico e social na Região "potencia o empobrecimento"
A CDU resolver assinalar o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que se comemora hoje, através de uma acção de contacto com a população no centro do Funchal. Na ocasião, Ricardo Lume acusou o Governo PSD/CDS de implementar uma "política de exploração e empobrecimento", que "está a agravar a qualidade de vida da generalidade dos madeirenses" e a "empurrar milhares para a pobreza e exclusão social".
O deputado único do PCP na Assembleia Legislativa Regional apontou que " na nossa Região, de acordo com dados oficiais, cerca de 28,9% da população vive em risco de pobreza". Ou seja, "são 73.117 mil madeirenses e porto-santenses, que não têm o rendimento suficiente para fazer face às suas necessidades mais básicas", vincou, acrescentando que na Madeira "a taxa de privação material severa é de 8,9%, ou seja, são mais de 22.517 pessoas".
"O modelo económico e social desenvolvido na Região ao longo das últimas quatro décadas baseado na precariedade laboral e nos baixos salários mantem perto de um terço da população em risco de pobreza", insistiu.
Para Ricardo Lume é este "modelo económico da exploração e dos baixos salários", que a somado à "crise pandémica, a guerra na Ucrânia, os apetites insaciáveis dos grandes grupos económicos por mais e mais lucros, aliados à inércia do Governo da República e Governo Regional em garantir o controle dos preços e a valorização dos rendimentos está a potenciar o empobrecimento das famílias da nossa Região".
"A par do risco de pobreza e da privação material severa o empobrecimento é uma realidade que toca, cada vez mais, milhares de famílias que ainda não são pobres. Empobrecimento é um vasto e profundo processo económico e social que está a impor-se a muitas das famílias ainda-não-pobres", alertou, lembrando que "ao longo dos últimos meses, mas principalmente nas últimas semanas a assistir a aumentos brutais nos bens de primeira necessidade, na energia e nos combustíveis".
Como exemplo, apontou o preço do gasóleo na Madeira que "aumentou 10 cêntimos e a gasolina 95 aumentou 12 cêntimos".
Para a CDU "é necessário que se adopte um novo rumo político no país e na Região, que garanta a valorização dos rendimentos e a fixação de preços máximos em produtos de primeira necessidade como forma de combater o empobrecimento das famílias".