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Conservador Kristersson eleito primeiro-ministro sueco com votos da extrema-direita

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O dirigente conservador sueco Ulf Kristersson foi hoje eleito primeiro-ministro por uma maioria absoluta no Parlamento, em que, pela primeira vez, contou com os votos da extrema-direita do partido Democratas da Suécia (DS).

O líder do partido Moderados, artífice de uma aproximação inédita entre a direita tradicional e o campo nacionalista nas eleições legislativas de setembro, obteve 176 votos, permitindo a eleição de Kristersson, com 173 votos contra.

O resultado da votação foi saudado com aplausos das bancadas dos três partidos de direita (moderados, democratas-cristãos, liberais) que formarão o futuro Governo, e do SD, a primeira formação da maioria muito influente com 73 assentos.

Para se tornar primeiro-ministro, Kristersson, 58 anos, não precisava de ter maioria absoluta.

Após oito anos à esquerda no poder, sucede à chefe do governo social-democrata, Magdalena Andersson, que garantiu a transição após renunciar depois das eleições.

Na sexta-feira, após várias semanas de negociações, Kristersson apresentou um acordo político com os outros três líderes dos partidos majoritários, incluindo o líder do SD, Jimmie Åkesson.

Este último havia sido o grande vencedor das eleições de 11 de setembro, com uma pontuação recorde de 20,5 por cento dos votos e uma inédita posição de segundo partido na Suécia, atrás dos sociais-democratas.

No roteiro de 62 páginas apresentado sexta-feira, os quatro partidos incluem medidas para combater o crime e reduzir a imigração, bem como um renascimento da energia nuclear que a Suécia reabsorveu nas últimas décadas.

Nesse mesmo dia, ao indicar a formação do novo Governo, o executivo anunciou também um plano de construção de novos reatores nucleares para satisfazer as necessidades de eletricidade da Suécia.

"Serão construídos novos reatores nucleares", disse a líder do partido democrata-cristão, Ebba Busch, numa conferência de imprensa.

A Suécia tem três centrais nucleares, com seis reatores em funcionamento e que produzem cerca de 30% da eletricidade consumida no país, segundo a Autoridade Sueca de Segurança Radioativa.

Nos últimos anos, o país escandinavo, com pouco mais de 10 milhões de habitantes, fechou seis dos seus 12 reatores.

A guerra na Ucrânia, iniciada pela Rússia a 24 de fevereiro deste ano, levou a Europa a tomar medidas de poupança de energia e a diversificar as suas fontes energéticas, dada a excessiva dependência de fornecimentos russos.

No início deste mês, o Governo de transição sueco deu instruções aos organismos do Estado para adotarem planos de poupança energética e elaborarem relatórios periódicos sobre os consumos de energia.

As medidas de poupança, válidas inicialmente até março de 2023, incluem a substituição das atuais fontes de iluminação por outras alternativas mais eficientes e a redução da temperatura ambiente em 01 a 02 graus Celsius.

Segundo o Governo, a Suécia tem uma dependência relativamente baixa dos fornecimentos energéticos da Rússia.

"Apenas 02% do fornecimento total de energia sueco é constituído por gás natural, e estima-se que metade deste poderá vir atualmente da Rússia", segundo uma publicação do Governo.

Em termos de petróleo, os fornecimentos russos representaram cerca de 08% do total das importações suecas em 2021.

O novo Governo será formado pelos três partidos de direita, Moderados, Democratas-Cristãos e Liberais, passa a ter agora o apoio parlamentar do partido Democratas Suecos, de extrema-direita.

O acordo foi anunciado sexta-feira hoje pelo próprio Kristersson, que foi indigitado para formar o executivo, facto hoje confirmado pelo Parlamento.

O bloco de direita ganhou as eleições legislativas de 11 de setembro, conquistando 176 lugares contra 173 do centro-esquerda da primeira-ministra Magdalena Andersson, o mesmo número de votos obtidos hoje na eleição do novo primeiro-ministro.