Albuquerque destaca recuperação da Venezuela e não vê problema no regresso de emigrantes
O presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, fez, esta tarde, um “balanço extremamente positivo” da visita que efectuou nos últimos dias à Venezuela e Curaçau e destacou o “maior optimismo” dos empresários e a recuperação do investimento que verificou no país presidido por Nicolas Maduro.
“Notamos já uma maior dinamização do tecido económico venezuelano e dos nossos empresários. Relativamente a 2016 a situação económica está melhor, há mais optimismo na nossa comunidade em relação ao futuro e acho que isso é bom. Há também da parte das autoridades do país uma abertura económica, sobretudo apoiando as empresas dos lusodescendentes”, analisou Albuquerque, que associa esta recuperação com o facto da Venezuela ser um dos principais produtores de gás, petróleo, alumínio e minérios, matérias-primas que os países europeus precisam neste momento, face ao bloqueio do mercado russo.
O chefe do executivo admite que alguns lusodescendentes possam aproveitar a recuperação económica da Venezuela para regressar ao país e que a Madeira possa perder essa mão-de-obra. No entanto, acha que "isso não é um problema”, porque “a falta de mão-de-obra só se verifica em sociedades que estão em crescimento económico, em desenvolvimento e que têm muito investimento”. “Se os nossos concidadãos que estão a residir na Madeira quiserem regressar à Venezuela, eu acho que devem fazê-lo, porque nós somos uma ilha com economia e sociedade abertas e a interacção entre a Madeira e a Venezuela não tem nada de problemático. Se a situação estiver boa aqui, é bom para a Madeira. Se a situação estiver boa na Madeira, também é bom para os nossos conterrâneos aqui residentes”, referiu Miguel Albuquerque.
Face a uma eventual falta de mão-de-obra na Madeira, o presidente do Governo considera que o problema terá de ser resolvido através de uma melhoria salarial, como aconteceu na hotelaria, e que “se for preciso importar mão-de-obra em alguns sectores (…) não é nenhum drama”.
Apesar da recuperação económica na Venezuela, Albuquerque reconhece que há emigrantes madeirenses que passam por dificuldades. Nesse sentido, confirmou que o Governo Regional, através da Direcção Regional das Comunidades, vai estabelecer contactos no sentido de reforçar o apoio às instituições que trabalham com os cidadãos mais vulneráveis, que “sofreram muito com a crise económica na Venezuela que atingiu o pico em 2017 e no pós-pandemia”.
De resto, o chefe do executivo sublinhou a “agenda muito bem preenchida” que cumpriu nos últimos dias, com visita a Los Teques para a inauguração ao santuário, e contactos com as comunidades em Barquisimeto, Valencia, Maracay e Caracas. Classificou ainda como “muito importante a visita ao Curaçau”, onde ficou “muito satisfeito em verificar que a nossa comunidade está muito bem integrada, como quadros superiores da administração pública e das empresas e bancos”.