Portugal está a rever salários e mecanismo de correção cambial para funcionários consulares
Portugal está a rever os salários e o mecanismo de correção cambial para os funcionários dos consulados portugueses no estrangeiro, prevendo ainda contratar mais pessoas, anunciou, em Caracas, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo.
"O Governo português está, no âmbito do Orçamento de Estado, a rever as tabelas salariais que são essenciais para dar dignidade a quem representa o Estado", disse o governante, em Caracas, na residência do embaixador, durante uma receção à comunidade portuguesa local, no âmbito de uma visita de oito dias à Venezuela, que termina na terça-feira.
"Estamos também a rever o novo mecanismo de correção cambial. Como sabemos, é essencial para adequar ao poder de compra dos países e ajustar a realidade onde estão a desempenhar a sua função, mas também contratarmos mais pessoas para responder à exigência que é servir Portugal no estrangeiro", frisou.
O secretário de Estado começou por explicar que o executivo tem "uma estratégia" para a "ligação umbilical" das novas gerações a Portugal que passa por ações concretas para que isso seja possível.
"Uma das ações mais concretas que podemos ter é os nossos serviços consulares (...) e este serviço estamos a procurar melhorá-lo com o profissionalismo de todos os nossos colaboradores, mas também dando condições", disse, felicitando os funcionários consulares e diplomatas "pelo trabalho difícil, mas importantíssimo de serviço público aos outros".
Mas, segundo Paulo Cafôfo, há "também outra forma além das questões consulares e as questões de apoio ao associativismo".
"Deixem-me dizer-vos que aqui na Venezuela encontro as melhores associações das comunidades portuguesas no mundo, não só nas instalações, mas na dinâmica", elogiou.
"E, algo que é extraordinário, o rejuvenescimento das pessoas, porque eu vejo gente nova, à frente das instituições, das atividades. E isto é sinal que temos futuro, porque com gente nova à frente somos fazedores do futuro (...), e o que o Governo tem de fazer é apoiá-las", sublinhou.
Paulo Cafôfo precisou que "a Venezuela foi este ano o segundo país mais contemplado com a maior verba da secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, a seguir à França, onde temos a maior população de uma comunidade portuguesa", sublinhando: "Mas isto não chega".
O governante explicou ainda que é preciso ter "uma intervenção também na ligação à língua portuguesa na Venezuela".
"E também aqui, o exemplo é aqui, porque a Venezuela tem sido o país em que o ensino de língua portuguesa mais tem crescido, do ano passado. Para este ano temos mais 31% de alunos e o professor [coordenador Rainer Sousa] disse há pouco que o crescimento continua", destacoy.
Paulo Cafôfo disse estar "muito satisfeito pelo trabalho muito importante que tem sido desenvolvido".
"É nestes momentos que sinto muito orgulho de ser português, de ser secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. Reparem que são mais de cinco milhões pelo mundo. Isto é uma sorte danada, que tenho de ser o representante de um terço da população portuguesa, porque somos 10 milhões em território nacional e outros cinco milhões fora. Fora, mas que estão sempre dentro", explicou.
Cafôfo disse ainda: "Isto é que é o mais bonito da nossa comunidade, uma comunidade que saiu de Portugal, mas Portugal nunca saiu do coração destes portugueses (...) e isto é algo que encontro em qualquer parte do mundo e por isso temos aqui uma responsabilidade enquanto do Governo, de manter esta ligação sempre a Portugal".