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Orçamento é um "tapa buracos", acusa Luís Montenegro

Foto PAULO CUNHA/LUSA
Foto PAULO CUNHA/LUSA

O presidente do PSD disse hoje, em Leiria, que o Orçamento do Estado (OE) 2023 é um "tapa buracos", afirmando que vai assistir-se à "ladainha habitual" até à sua aprovação, .

"Estamos numa semana de grande folclore político, numa semana de apresentação do OE. Diria mesmo na semana da ladainha habitual da apresentação dos orçamentos do Partido Socialista, que já o vemos há sete anos: há dinheiro para tudo", afirmou o presidente do PSD, no encerramento da Conferência "A Transferência de Competências e os Fundos Comunitários", hoje em Leiria.

Considerando que "este Governo tem tudo para poder ser um Governo transformador" e para "ter a coragem de mudar e reformar", o líder social-democrata constatou que "todos os indícios vão no sentido contrário, de deixar tudo na mesma".

"Vão no sentido em que vai a este OE. É um OE de tapa buracos: tapa um buraco aqui, tapa um buraco ali", criticou.

Luís Montenegro lembrou ainda o programa de emergência a que Portugal foi sujeito sob o executivo do PSD, e lamenta que o Governo já tenha referido que "se houver aqui algum azar haverá outro a seguir".

"Estamos mais ou menos a reviver, com as necessárias adaptações e com uma conjuntura completamente diferente, aqueles tempos dos PEC [Plano de Estabilidade e Crescimento], onde sucessivamente havia um plano para resolver os assuntos e depois ficava tudo na mesma ou vinha outro pior", acrescentou.

Montenegro ironizou ainda com as palavras do Governo de que "há reforço de investimento, mexidas nos impostos" e "vai tudo correr bem".

"É tudo aquilo que é a ladainha orçamental da semana de apresentação do Orçamento, que depois se prolonga no debate na generalidade e no encerramento, no debate da votação final global. Tudo isso não passam de intenções, de expectativas que são criadas e que não são materializadas, nem executadas", destacou.

Luis Montenegro desafiou os presentes a "comparar tudo aquilo que os membros do Governo, a começar pelo primeiro-ministro e a continuar pelo ministro das Finanças, dizem na semana em que apresentam o Orçamento ao país, com aquilo que depois realizam de janeiro a dezembro do ano seguinte".

"Nem metade daquilo que é proposto fazer e realizar chega à vida das pessoas", acrescentou.

O líder social-democrata considerou ainda a maioria socialista "esquisita".

"O primeiro-ministro anda em desavenças públicas com ministros, onde os ministros andam em desavenças públicas uns contra os outros e até ministros contra os seus secretários de Estado. Mais uma vez querem que nós levemos a sério a proposta do Orçamento", afirmou.

Luis Montenegro referiu ainda a situação do "principal responsável pela condução da política económica, apresenta uma estratégia para os impostos sobre as empresas e é triturado pela máquina socialista, é triturado pelos seus colegas de Governo e é triturado pelos seus secretários de Estado".

"E lá continua alegremente a assistir à sua desautorização completa, porque o Orçamento efetivamente não seguiu a estratégia dele", acrescentou, ao afirmar que a situação na TAP é um "crime político financeiro", pelo que o PSD vai "querer apurar tudo aquilo que foram as decisões dos últimos anos na TAP para saber por que é que os contribuintes tiveram de injetar tanto dinheiro".