“O esquecido arvoredo do Monte”
Passaram 5 anos e o monte continua à espera de um novo acontecimento. E os entendidos da coisa questionam: Porquê que haverá mais um se já foi tudo cortado?
Enganem-se. Após a tomada de decisão do senhor ex-presidente da CMF em cortar tudo, o Monte ficou mais vulnerável devido a falta de árvores, ou seja, as árvores em comunidade têm uma capacidade de dar suporte umas às outras e, visto que o suporte inferior foi retirado, as árvores presentes no patamar superior estão mais expostas.
Além do mais, considerando as alterações do clima, os plátanos que habitavam o largo da fonte tinham uma capacidade brutal de sequestro de carbono (e não só), devido ao seu gigantesco porte e a sua idade: atualmente, neste maravilhoso local, temos menos capacidade de sequestro de carbono e menos produção de oxigénio, uma temperatura mais elevada…
Muitos pensam que abater uma árvore adulta e substituir por outra de idade juvenil causa um impacto negativo mínimo, mas estão completamente errados. As árvores mais novas não têm a mesma capacidade de produzir os benefícios (serviços de ecossistema) que as centenárias têm. Estes benefícios vão desde a diminuição da temperatura, o sequestro de carbono, o aumento do escoamento superficial, a nível paisagístico e muito mais.
Assim termino a alertar toda a população que as árvores de grande porte são cada vez mais necessárias na cidade e que, se implementarmos boas práticas e controlos frequentes, estas têm um risco mínimo.
Beatriz Sousa