Protestos de rua em vários locais do Irão contra morte da jovem Mahsa Amini
Os iranianos voltaram às ruas no sábado para protestar contra o poder, um mês após o início do movimento de protesto desencadeado pela morte de Mahsa Amini e reprimido com violência, segundo meios de comunicação e ONGs.
A curda iraniana de 22 anos morreu em 16 de setembro, três dias após a sua prisão pela vice-polícia em Teerão, por supostamente violar o rígido código de vestuário da República Islâmica, incluindo o uso do véu para as mulheres.
Autoridades iranianas dizem que a jovem morreu devido a uma doença e não de "espancamentos", de acordo com um relatório médico rejeitado pelo seu pai. Segundo um primo, a jovem morreu após "um violento golpe na cabeça".
Desde então, dezenas de mulheres jovens lideraram protestos, gritando slogans antigovernamentais, tirando e queimando os lenços de cabeça e enfrentando as forças de segurança nas ruas.
"Os mulás [clérigos islâmicos] devem sair!" entoaram hoje mulheres iranianas sem 'hijabs' (lenços) numa zona central de Teerão, num vídeo amplamente divulgado online.
Paralelamente, manifestantes atiraram pedras e outros objetos contra as forças de segurança perto de uma enorme rotunda na cidade de Hamedan, segundo imagens acedidas pela agência de notícias AFP.
Apesar das diversas interrupções na Internet e de as autoridades iranias bloquearem o Instagram e o WhatsApp, os iranianos conseguiram hoje reunir-se nas ruas de Ardabil, no noroeste do país, de acordo com vídeos compartilhados no Twitter.
Por seu lado, comerciantes entraram em greve em Saghez, cidade natal de Mahsa Amini, na província do Curdistão (noroeste), e em Mahabad, no norte do país.
Também as alunas de uma unidade de ensino em Marivan (oeste) atearam fogos nas ruas e gritaram frases de protesto contra o governo, de acordo com uma organização de direitos curdos iranianos com sede na Noruega.
Os jovens também se manifestaram em universidades do sul e noroeste de Teerão, de acordo com imagens partilhadas online.