PAN diz que Governo está em negação sobre impacto da conjuntura internacional no país
A líder do PAN disse hoje que o Governo está "quase em negacionismo" quanto ao impacto da conjuntura internacional na economia nacional e realçou que "não basta pedir força e resiliência aos portugueses".
"Há aqui quase com um negacionismo da Governo, face aquela que vai ser uma conjuntura global que inevitavelmente nos vai afetar", afirmou Inês de Sousa Real reagindo, à agência Lusa, às declarações do ministro das Finanças em Washington.
Fernando Medina defendeu na sexta-feira, em Washington, que Portugal tem de se agarrar à sua "resiliência e força" para reduzir os impactos na economia, apesar do ambiente geral de preocupação sentido nas reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Nos encontros que manteve na capital norte-americana, o governante aproveitou para sublinhar que Portugal, apesar de não estar "de forma alguma imune a estas situações", possuiu um "conjunto de resiliência, de forças, de diferenças" que vai tentar mobilizar para 2023.
Para Inês de Sousa Real, "não basta estar a pedir mais uma vez resiliência aos portugueses, quando também se pediu durante a pandemia [de covid-19]", considerando que essa estratégia "empurra os portugueses para o endividamento, seja através das moratórias, como aconteceu na pandemia, seja através do setor social, que teve um papel importantíssimo na pandemia que continua a ter".
"Ainda ontem [sexta-feira] estivemos no lançamento do Pirilampo Mágico com as associações que apoiam as pessoas com deficiência intelectual e, ouvimos essa mesma reivindicação. Estar a sujeitar o setor terciário apenas às linhas de financiamento sem apoios diretos é, de facto perverso", sustentou.
A líder do PAN, que falava à Lusa, em Ponte de Lima, no distrito de Viana do Castelo, onde hoje assinalou a criação de mais uma comissão política distrital do partido, defendeu "um apoio direto às Pequenas e Médias Empresas (PME) e às famílias".