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Partido Comunista Chinês afasta mudanças na política de 'zero casos'

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Foto EPA

O Partido Comunista Chinês (PCC) reafirmou hoje o seu compromisso com a política de 'zero casos' de covid-19 e repetiu a ameaça de anexar Taiwan pela força, nas vésperas de uma importante reunião política.

Durante uma conferência de imprensa com Sun Yeli, porta-voz do 20.º Congresso do PCC, que arranca no domingo, não foi feita nenhuma questão sobre o atual secretário-geral da organização, Xi Jinping, que deve assegurar um terceiro mandato.

As perguntas para conferências de imprensa envolvendo eventos políticos de alto nível na China devem ser enviadas com vários dias de antecedência e dependem da aprovação das autoridades.

Sun ofereceu também poucos detalhes sobre se alguma mudança seria promulgada na carta magna do Partido, durante a reunião.

As mudanças "incorporarão as principais visões teóricas e o pensamento estratégico" concluídos nos últimos cinco anos, disse Sun, que é vice-diretor do Departamento de Propaganda do PCC.

A emenda ou emendas "atenderão a novos requisitos para promover o desenvolvimento e o trabalho do Partido face a novas circunstâncias e novas tarefas", apontou.

Cerca de 2.300 delegados, escolhidos pelas várias assembleias do PCC, vão reunir à porta fechada, após a cerimónia de abertura, que se realiza no domingo, no Grande Palácio do Povo.

No primeiro dia, Xi Jinping, de 69 anos, vai fazer uma avaliação ao desempenho do Comité Central cessante e estabelecer prioridades e linhas gerais para os próximos cinco anos.

Desde que assumiu a liderança da China, em 2013, Xi tornou-se o centro da política chinesa e é hoje considerado um dos líderes mais fortes da história recente do país, comparável ao fundador da República Popular, Mao Zedong.

O congresso surge numa altura em que a economia da China enfrenta grandes desafios, face a uma crise de liquidez no setor imobiliário e ao impacto suscitado pelas medidas de prevenção epidémica, que incluem o bloqueio de cidades inteiras.

Sun assegurou que a China fará "todos os esforços" para anexar Taiwan de forma pacífica. Mas ressalvou que Pequim não tolerará forças políticas que busquem a independência do território.

O porta-voz reafirmou também o compromisso da China com a política de 'zero casos' de covid-19, apesar das críticas da Organização Mundial da Saúde e outros especialistas, que consideram não ser uma solução sustentável a longo prazo.

"A epidemia ainda está aí. Essa é uma realidade que deve ser enfrentada", disse Sun.

A China deve divulgar os dados de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) durante o terceiro trimestre na terça-feira. O Banco Mundial (BM) reviu já em baixa a sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China de 'entre 4% e 5%' para 2,8%.

"Todo o mundo se preocupa muito com o desenvolvimento económico da China", reconheceu o porta-voz. "A taxa de crescimento é um indicador importante, mas não é o único", apontou.