Acusações a D. José Ornelas envolvem promessas de dinheiro e chantagem
Notícia faz capa na edição impressa de hoje do jornal Nascer do Sol
Este sábado, 15 de Outubro, há novos desenvolvimentos sobre a investigação de que é alvo o bispo madeirense José Ornelas Carvalho.
De acordo com o jornal Nascer do Sol, o "acusador é o mesmo nas duas denúncias" relativas ao alegado encobrimento de casos de abusos sexuais a crianças de um orfanato em Moçambique, entre 2003 e 2015.
"O homem que denunciou um suposto caso de pedofilia em Moçambique, acusando D. José Ornelas, é o mesmo que agora fez uma denúncia sobre um padre de Fafe, envolvendo o mesmo bispo", escreve o o periódico, avançando ainda que "o primeiro caso baseou-se num testemunho falso e o segundo inclui uma chantagem".
Entretanto e atendendo a que os factos ocorreram em comarcas diferentes, a Procuradoria-Geral da República decidiu abrir um inquérito em Lisboa (relativo às denúncias de Moçambique) e outro em Braga (relativo a Fafe), que têm em comum suspeitas de José Ornelas não ter agido perante situações de alegados abusos sexuais praticados por padres da congregação religiosa que liderava (os Dehonianos) e, logo, da prática de eventual crime de encobrimento.
"Mas, tanto os alegados abusos sexuais em Moçambique, como os eventuais abusos praticados em Fafe, já foram alvo de várias investigações judiciais – e todas foram arquivadas. São casos que nasceram tortos e de que não se esperam desenlaces surpreendentes", revela o Nascer do Sol.
José Ornelas, de 68 anos, preside à CEP desde 16 de Junho de 2020 e é bispo de Leiria-Fátima desde 13 de Março deste ano. Ocupou o cargo de superior geral dos Dehonianos entre 27 de Maio de 2003 e 6 de Junho de 2015.
Especialista em Ciências Bíblicas, doutorado em Teologia Bíblica pela Universidade Católica Portuguesa, José Ornelas chegou a fazer formação missionária em Moçambique.
Foi José Ornelas que, no final de 2021, anunciou a criação de uma comissão independente para o estudo dos abusos na Igreja Católica em Portugal, que é coordenada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht e que deverá apresentar as conclusões do seu trabalho em janeiro do próximo ano.