A Guerra Mundo

Guterres apela à Rússia que dê acesso a todos os prisioneiros à Cruz Vermelha

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O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, voltou hoje a apelar à Rússia que dê acesso ao Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) a todos os prisioneiros de guerra.

"O secretário-geral reitera o seu apelo Federação Russa para que o Comité Internacional da Cruz Vermelha tenha acesso total a todos os prisioneiros de guerra, de acordo com o direito internacional humanitário, incluindo a 3.ª Convenção de Genebra", adiantou o porta-voz daquela entidade, Stéphane Dujarric, citado numa nota.

Hoje, o governo ucraniano pediu ao CICV que envie uma missão para inspecionar a situação dos prisioneiros de guerra ucranianos na prisão de Olenivka, no leste do país, ocupado pelos russos.

O apelo foi lançado por Andriy Yermak, chefe do Gabinete do Presidente Ucraniano, Volodymyr Zelensky, que exigiu que a CICV enviasse imediatamente "uma missão" àquele centro, na região de Donetsk, para avaliar a situação dos prisioneiros ucranianos.

De acordo com a página oficial da Presidência da Ucrânia, o apelo foi feito durante uma videochamada com representantes do CICV e outras organizações internacionais.

Também participaram da conversa os vice-chefes do Gabinete do Presidente ucraniano Andriy Sybiha e Ihor Zhovkva, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, e o chefe da Diretoria Principal de Inteligência do Ministério da Defesa, Kyrylo Budanov.

Yermak referiu que as condições em que os prisioneiros ucranianos são mantidos e a situação que eles enfrentam em locais de detenção na Federação Russa e no território ocupado da Ucrânia são "extremamente graves".

"Hoje, no centro da Europa, infelizmente, acontecem coisas terríveis a cada minuto e a cada hora, há campos de concentração novamente, e é impossível ficar calado sobre isso", denunciou.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,6 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.