Safra do atum fica “muito comprometida” com a proibição de pesca na Reserva Marinha das Selvagens
Presidente da Coopesca reclama recompensa aos pescadores pela proibição decretada
Não havendo recuo do Governo Regional na interdição decretada à pesca na área da Reserva Marinha das Ilhas Selvagens, o futuro da pesca do atum “fica mesmo muito comprometida”, assegura Jacinto Silva, presidente da Coopesca.
A insatisfação e apreensão dos pescadores do atum foi um dos assuntos abordados no Seminário do Mar e Controlo das Pescas, realizado no Museu da Baleia, no Caniçal, na presença do secretário regional do Mar e Pescas, Teófilo Cunha, e da secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho.
À margem da intervenção proferida, Jacinto Silva manteve a opinião que a medida de proibir a pesca na Reserva Marinha “não foi bem feita. Não tinha mal nenhum os pescadores apanharem o atum à superfície”, garante.
Aliás, se não fosse a medida agora em vigor, “nesta altura ainda estávamos a pescar o gaiado nas Selvagens”, mas face à nova proibição, os atuneiros estão atracados ao Porto de Pesca do Caniçal.
O representante da Associação de Pescadores promete não desistir de lutar para tentar convencer o Governo Regional a alterar a medida altamente restritiva.
“Não vamos desistir”, assegura. Como argumento, lembra que “há reservas nos Açores onde os pescadores podem pescar. Não podem pescar peixe de fundo, mas podem pescar de salto e vara”. Razão para reafirmar: “Não vejo nenhum mal de podermos apanhar o peixe nas Selvagens, o atum, principalmente”, reclama.
Para o dirigente e armador, “fizeram isto só pensando neles. Não pensaram nas famílias dos pescadores”. Reclama por isso “uma recompensa” enquanto perdurar a proibição de pesca nas Selvagens, como “contrapartida” pelos danos que a proibição em vigor está a impor à frota de pesca do atum.
Ainda assim garante que vai continuar a reivindicar alteração “sempre na esperança de voltarem atrás”, concretizou.