Campanha de Lula critica desrespeito à igreja católica de Bolsonaro
A campanha de Lula da Silva criticou, esta quinta-feira, o comportamento de Jair Bolsonaro e dos seus apoiantes na sua visita ao santuário de Nossa Senhora de Aparecida, no dia da padroeira do Brasil.
"Numa data tão importante para os católicos, bolsonaristas foram à Basílica do Santuário Nacional de Aparecida para fazer arruaça, agredir e intimidar", declarou a presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann.
"Um desrespeito à Igreja Católica no dia da padroeira do Brasil. Dia 30 o povo dará um basta ao ódio e à violência", acrescentou.
Já o líder da oposição no Senado e membro ativo na camapnha de Lula, Randolfe Rodrigues reagiu: "Bolsonaristas hostilizaram a equipa da TV Aparecida após o arcebispo declarar que é preciso vencer o ódio e a mentira. Esse é um retrato do que Bolsonaro espalha pelo Brasil: desrespeito à fé cristã, violência e intolerância!".
A presença de Bolsonaro, que assistiu à missa das 14:00 horas locais (18:00 GMT) no maior santuário do Brasil, foi vista pelos seus opositores como oportunista no meio da campanha para o segundo turno presidencial a 30 de outubro.
À chegada à basílica na cidade de Aparecida, Bolsonaro causou uma agitação com gritos de "mito, mito" - como lhe chamam os seus apoiantes.
O líder brasileiro chegou ao santuário depois de assistir à inauguração de uma igreja evangélica no estado de Minas Gerais.
Embora tenha um forte apoio entre os evangélicos, que constituem cerca de 30% do eleitorado, é casado com uma evangélica e foi mesmo batizado no rio Jordão, confessa ser católico.
Fora do Santuário, Bolsonaro aproveitou para fazer campanha política e os seus apoiantes acabar por assediar a empresa de Televisão Aparecida na sequência de declarações de padres no evento religioso que apelaram contra o ódio.
"Parabéns a você que está aqui dentro e testemunha. Parabéns a você que está aqui dentro e está rezando, porque hoje não é dia de pedir voto. É dia de pedir bênção", afirmou o Padre Camilo Júnior dentro do santuário.
A pouco mais de duas semanas da segunda volta, Bolsonaro quer ganhar votos entre os católicos com o mesmo discurso com que ganhou o apoio dos evangélicos, proclamando valores cristãos e conservadores.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva venceu a primeira volta com 48,4% dos votos, contra 43,2% de Bolsonaro, e as últimas sondagens colocam-no como vencedor na segunda volta, a 30 de Outubro.
O uso da religião como arma no meio da campanha eleitoral foi "veementemente" condenado na véspera pelo Episcopado brasileiro, que lamentou a "intensificação da exploração da fé e da religião como forma de capturar votos na segunda volta".