Pressão no balanço das famílias irá contribuir para desacelerar crescimento
Os balanços das famílias serão pressionados pelo aumento dos custos de empréstimos e contas de energia elevadas, contribuindo para desacelerar o crescimento económico, prevê a DBRS, num comentário divulgado hoje.
Num comentário sobre como a inflação elevada e a subida dos juros testa a resiliência dos consumidores da zona euro, a agência de notação financeira DBRS assinala que o impacto combinado de um rápido aumento das taxas de juros a partir de níveis extremamente baixos e inflação elevada está a testar as finanças do consumidor na zona euro.
"Os balanços das famílias serão pressionados pelo aumento dos custos de empréstimos e contas de energia elevadas, contribuindo para desacelerar o crescimento económico", disse Arnaud Journois, vice-presidente de Instituições Financeiras Europeias, citado em comunicado.
De acordo com a DBRS, a covid-19 interrompeu a tendência de desalavancagem do consumidor na zona euro, que, no entanto, começou a reverter no terceiro trimestre de 2020, à medida que o crescimento dos rendimentos recuperou.
A agência destaca que os salários voltaram a crescer após a pandemia, mas tal apenas compensou parcialmente as pressões inflacionistas e atualmente a taxa de poupança está a regressar aos níveis pré-pandemia.
A DBRS prevê ainda que o desemprego volte a subir, vendo o mercado de trabalho da zona euro como resiliente.
Carlo Capuano, vice-presidente sénior da DBRS, acrescentou que, "no entanto, as melhorias anteriores na desalavancagem da dívida, as economias acumuladas durante a pandemia e um mercado de trabalho até agora resiliente irão mitigar o impacto do menor poder de compra".
"Além disso, uma quantidade considerável de ativos líquidos irá amortecer até certo ponto o impacto do aumento do custo de vida à medida que o crescimento dos salários reais se tornar negativo", indica.